Com a diminuição da demanda por causa do embargo chinês, parte da carne foi alocada no mercado doméstico, mas sem produzir efeito de oferta
Com a China fora das compras, o preço do boi gordo vem registrando sucessivas quedas no mercado interno.
Segundo o coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Júlio Barcellos, o cenário é de incerteza. “Com a diminuição da demanda em função do embargo chinês, parte da carne foi alocada no mercado doméstico. E isso, de certa forma, não produziu um efeito de oferta, mas causou sinais de incerteza. O que fez com que muitos pecuaristas, principalmente com gado em confinamento, pressionassem um pouco mais essa oferta, aumentando a retirada da exportação para a China”, diz.
De acordo com Barcellos, o momento é pontual, com efeitos de curto prazo. “Nós temos um movimento por causa da demanda. A entrada do 13º salário a partir de novembro, o reaquecimento da economia, melhora nos níveis de emprego, vai determinar o aumento de demanda. Com a população brasileira aumentando em dois, três quilos, o consumo per capita, ela praticamente absorve a eventual restrição da continuidade da exportação. O que eu não acredito. Acredito que dentro de 20, 30 dias, o mercado já se restabelece, talvez não com os preços do período da seca, mas aos preços normais esperados para essa época do ano”, explica. Canal Rural