Presidente do Conass, Carlos Lula diz que a situação é dramática e representa um colapso no sistema.
O Brasil registrou, nesta quinta-feira (25), 6.370 pessoas com Covid-19 à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) obtidos com exclusividade pelo Jornal Nacional (assista no vídeo acima).
Os números do Conass dão uma dimensão do impacto nos estados: em São Paulo, são 1,.5 mil pessoas na fila; em Minas Gerais, 714; no Rio de Janeiro, 582; e, no Paraná, 501.
O Brasil registrou, nesta quinta-feira (25), 6.370 pessoas com Covid-19 à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) obtidos com exclusividade pelo Jornal Nacional (assista no vídeo acima).
Os números do Conass dão uma dimensão do impacto nos estados: em São Paulo, são 1,.5 mil pessoas na fila; em Minas Gerais, 714; no Rio de Janeiro, 582; e, no Paraná, 501.
O presidente do Conass, Carlos Lula, diz que a situação é dramática e representa um colapso no sistema. Afirmou ainda que isso vai fazer o número de mortes diárias crescer muito rapidamente.
“Hoje, mais de 6 mil pacientes esperando leito de UTI. Isso significa o colapso do sistema de saúde, isso significa que a gente chegou ao limite. É imaginar que a gente não deve ter mais do que 20 mil pessoas internadas. Isso significa pelo menos um terço de pessoas, um terço do total de leitos disponíveis hoje aguarda fora de um leito de UTI uma vaga para a unidade de terapia intensiva”, afirmou Carlos Lula
“Isso vai significar que a gente vai perder pacientes na fila de espera, que não vão ter chance de ter acesso a um leito de UTI para tentar salvar sua vida.”
Carlos Lula falou ainda em “total negação de direitos neste momento”. “É assim, é o estado dizendo: ‘Olha, eu não tenho mais condição de te ajudar’. E a gente não pode admitir isso. É exatamente o contrário do que prega a Constituição, que diz que a saúde é um direito de todos e dever do Estado. Um dever do Estado. É o dever que a gente não está conseguindo cumprir neste momento.”
O presidente do Conass, classificou a situação como “é urgente” – e “ela exige medidas urgentes”. Ele afirmou que há “pelo menos cinco ou seis pontos” que requerem “decisões para ontem”, citando medidas referentes a oxigênio, medicação e compra de testes.
“Se o Ministério [da Saúde] não tomar medidas urgentes nas próximas horas – eu não falo mais nem de próximos dias, mas de próximas horas –, a gente não vai estar mais falando nem de 3 mil mortos. A gente pode estar falando de 4 mil. É uma situação que piora a cada semana.”
Sobre a superlotação das UTIs, o Ministério da Saúde afirmou que, desde o começo da pandemia, tem prestado apoio irrestrito aos estados, municípios e ao Distrito Federal. E que, somente neste ano, a autorização de custeio permitiu a abertura de 12,2 mil leitos de UTI em todo o país. Afirmou também que o pedido de autorização para o custeio desses leitos é feito pelas secretarias estaduais e municipais de saúde.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve no Rio de Janeiro para assinar um termo de cessão dos leitos dos hospitais federais para o estado. Segundo o governador em exercício, Cláudio Castro, serão 560 leitos federais regulados pelo estado. Parte administrada pela Rede D’Or de hospitais particulares.
O Conass afirmou que o Ministério da Saúde reconhece a gravidade da situação. Mas que vai reforçar a urgência e a necessidade de novos leitos. O pedido também inclui a compra de insumos usados nesses leitos de UTI, como oxigênio e remédios para intubação.
Especialistas elencam uma série de fatores para o cenário atual:
- mais circulação de pessoas;
- as novas variantes do coronavírus;
- discursos negacionistas;
- e falta de planejamento.
A coordenadora da força-tarefa da Associação de Médicos Intensivistas fez uma comparação dramática sobre a situação nas UTIs.
“O cenário – a impressão que a gente tem – é que é de guerra mesmo. Não conseguimos colocar em palavras a realidade do front. Não são só pessoas que estão morrendo – muitas vezes, são pessoas da mesma família que morrem. O tamanho desta tragédia é indescritível em palavras”, afirmou Lara Kretzer.
“Precisamos passar uma mensagem um pouquinho mais consistente e coerente à população. A população precisa saber que tem um papel muito importante para cumprir, contribuindo com medidas básicas, como usar máscara de maneira consistente e evitando ao máximo o contato social que não é estritamente necessário.” G’1