Cobrança de pedágio incidirá apenas sobre o transporte de cargas e terá início depois das dragagens necessárias e da instalação de sinalização entre Porto Murtinho e Cáceres
Em meio à seca histórica que atinge o Rio Paraguai, fenômeno que reduziu em 43% o transporte de minérios e soja no primeiro trimestre do ano, o projeto de privatização da hidrovia anda a pleno vapor e a previsão da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) é concluir o processo de concessão ainda em 2025.
A hidrovia, entre Cáceres (MT) e Porto Murtinho (MS), faz parte de um pacote de outras três concessões de hidrovias em diferentes regiões do país que devem ser concluídas no próximo ano.
A primeira delas é a do Rio Madeira, que liga Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM), e deve ser levada a leilão na B3 até março. As demais também estão previstas para 2025, conforme Eduardo Nery, diretor-geral da Antaq.
Logo na sequência deve ser vez da hidrovia do Rio Paraguai, que já é utilizada comercialmente e demanda de investimentos menores em comparação com as outras duas que estãp nos planos da Antaq (da lagoa Mirim (RS) – que fará a conexão entre o Brasil e o Uruguai – e da hidrovia Barra Norte (AP), na foz do rio Amazonas junto ao oceano Atlântico)
ano, que pode ser a pior desde 1900, é passageira e a hidrovia tem potencial. Atualmente, o trasporte ocorre principalmente de Corumbá para baixo.
A proposta de concessão prevê investimentos para ampliar a navegabilidade até Cáceres, em Mato Grosso, o que deve provocar a resistência de ambientalistas. Estes entendem que a dragagem ou retirada de curvas vai acabar “matando” a hidrovia, já que alteraria o fluxo das águas.
Mas apesar dos questionamentos, ao longo dos 680 quilômetros entre Corumbá e Cáceres já está em andamento um investimento de R$ 81 milhões para dragagem, desobstrução de vegetação e adequação da sinalização.
Entre Ladário e Porto Murtinho também existe previsão para dragagem de três grandes bancos de areia, nos quais é necessário desconectar os comboios de barcaças com minérios e passar uma por uma, o que atrasa as viagens.
Cerca de R$ 95 milhões foram incluídos no Novo PAC para este fim, mas até agora não existe previsão para o início dos trabalhos.
Após a privatização, conforme a Antaq, o volume a ser transportado pelo Rio Paraguai pode aumentar em pelo menos quatro vezes.
A previsão é de que o projeto de concessão do Rio Paraguai seja entregue ao Tribunal de Contas da União até dezembro deste ano. Depois que receber o aval do TCU é que começa o processo licitatório propriamente dito.