Adeus, La Niña: o que a mudança significa para o clima no Brasil?

A mudança no padrão climático do Pacífico traz implicações importantes para o Brasil

O cenário climático global acaba de passar por uma importante transformação. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa) anunciou, nesta quinta-feira (10), o término oficial do fenômeno La Niña, marcando o retorno das temperaturas do Oceano Pacífico Equatorial à fase neutra.

Esse evento, caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico, teve impactos no padrão climático do Brasil e do mundo nos últimos meses.

Os efeitos do La Niña

  • O La Niña, que se manifesta a cada 3 a 5 anos, provoca alterações na distribuição de chuvas e temperaturas em diversas regiões do planeta.
  • No Brasil, seus efeitos se traduziram em aumento das chuvas no Norte e Nordeste, enquanto o Centro-Sul e o Sul enfrentaram períodos de seca e maior variação térmica.
  • Com o fim do fenômeno, a tendência é que esse padrão se desfaça, dando lugar a um clima mais instável e irregular.
  • As previsões da Noaa indicam que a neutralidade climática deve persistir pelo menos até o verão no Hemisfério Norte, com mais de 50% de chance de se estender até outubro.
  • No entanto, o cenário para o segundo semestre ainda é incerto, com a possibilidade de um novo La Niña ou El Niño.
Metade da Terra com chuva e a outra metade com Sol quente
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) prevê que as temperaturas da superfície do mar e da terra continuarão acima da média nos próximos meses. (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

O que a mudança significa para o clima brasileiro?

A mudança no padrão climático do Pacífico traz implicações importantes para o Brasil. O Climatempo alerta para a possibilidade de alternância entre períodos de chuva e seca no Sul, enquanto o Norte e o Nordeste devem experimentar uma leve diminuição das chuvas.

Essa transição exige atenção especial, especialmente em um país que já enfrenta desafios relacionados à seca em quase 2 mil cidades.

Além do fim do La Niña, é importante ressaltar que as mudanças climáticas induzidas pela ação humana têm um papel crucial na alteração dos padrões climáticos globais. Recordes de temperatura têm sido sucessivamente quebrados, com janeiro de 2025 registrando o maior calor da história, mesmo sob a influência do La Niña.

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