O promotor integrava o Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizada (Gaeco). Linha dura e polêmico sua morte deixa muitas dúvidas.
O promotor de Justiça do Rio de Janeiro Marcus Vinícius da Costa Moraes Leite e sua mulher, a servidora do Ministério Público fluminense Luciana Alves de Melo, foram encontrados mortos nesta terça-feira (16/1) em um apartamento na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio. De acordo com o Ministério Público, havia marca de tiro nos corpos.
Segundo a Delegacia de Homicídios do Rio, a pistola automática que foi encontrada no apartamento pertencia ao promotor. O MP-RJ diz que não havia indícios de invasão ou assalto.
Ao chegar hoje cedo para trabalhar, a empregada do casal encontrou os corpos das vítimas caídos na sala. Moradores contaram à polícia que ouviram barulhos de tiro no condomínio no último domingo (14/1).
A polícia técnica investiga várias hipóteses para o crime, embora as características encontradas no local apontem para homicídio, seguido de suicídio.
Participação polêmica
Marcus Vinícius Leite envolveu-se em uma polêmica em audiência pública promovida pelo MP-RJ em julho de 2017 para debater segurança pública.
O clima da sessão esquentou quando foi aberta a participação do público. O engenheiro e ativista Roberto Motta opinou que o problema não está na polícia, e sim nos criminosos. A seu ver, não há diferença entre as favelas do Rio e o Posto 6 de Copacabana, onde mora, que virou “uma praça de guerra”.
Na visão de Motta, os bandidos possuem direitos demais, como “curtos” períodos de internação para adolescentes, progressão de regime após o cumprimento de menos da metade da pena, que “coloca criminosos perigosos nas ruas”, e audiência de custódia, cujo “único objetivo é ver o bem-estar do preso, não o da vítima”.
“Há um grande número de entidades que acham que o problema é de rico contra pobre, e branco contra negro, mas ele é do bem contra o mal. A resposta é clara: é preciso mudar a lei, acertar a moral e honrar quem nos defende e protege”, analisou Motta.
Policiais aplaudiram sua fala, mas o ativista foi vaiado por alguns espectadores. Foi nessa hora que o promotor Marcus Vinicius Leite se levantou e protestou contra a manifestação.
“Não tem respeito, só tem índio nessa porra!”, gritou. Indignados, representantes das favelas o confrontaram — e a segurança teve que interferir para evitar que socos fossem desferidos.
FONTE: Conteúdo MS