Por: RedeTV!
A morte do traficante conhecido como Gegê do Mangue, do PCC (Primeiro Comando da Capital), na última quinta-feira, em reserva indígena na Grande Fortaleza, evidenciou uma tendência que já se estende por alguns anos: o Ceará virou um dos destinos preferidos para o tráfico.
O estado passou a ser visto como estratégico pelo crime no fim dos anos 2000, quando a atividade em outros locais usados pelas facções para o escoamento de drogas foi dificultada pela ação da polícia.
É o exemplo da tríplice fronteira, no Paraná. O local era a porta de entrada de entorpecentes vindos do Paraguai. Com a ação mais efetiva de combate ao tráfico, os grupos precisaram adotar outro trajeto para trazer a mercadoria ao país.
A rota escolhida é a Solimões, que corta o Norte. Nessa região, entram as drogas vindas principalmente da Bolívia e é frequentemente motivo de conflito entre as facções FDN (Família do Norte) e PCC (Primeiro Comando da Capital). No Ceará, que tem a menor distância entre o Brasil e a Europa, os entorpecentes recebidos são escoados para o “Velho Continente”. Outros estados brasileiros também recebem material ilícito enviado do estado.
A migração de traficantes para terras cearenses já resultou nas prisões de importantes nomes das facções no Estado. Alejandro Camacho Júnior, irmão de Marco Willians Herbas Camacho (Marcola), líder do PCC, foi detido em março de 2016, em Fortaleza.
Nove meses depois, o traficante mexicano conhecido como Chepa, acusado de ser um dos líderes do cartel de drogas “Jalisco Nova Geração”, também foi localizado e preso no Ceará. Na ocasião, ele alegou que estava passando férias com a família no Brasil, mas a suspeita é de que ele fazia uma sondagem para futuros negócios no Ceará.