Levantamento finalizado neste mês pelo Governo do Estado indicou que pouco mais da metade (174) dos 340 contratos de obras assinados no mandato da gestão anterior, de André Puccinelli (PMDB), estavam parados ou atrasados.
Os motivos que emperraram a conclusão desses empreendimentos são vários, como falta de repasse do governo federal, disputa para definir valor do reajuste anual de contrato, deficiência das empreiteiras na execução do serviço. Os problemas estendem-se por praticamente os 79 municípios de Mato Grosso do Sul.
Entre as obras atrasadas estão construção de escola, delegacias, cadeias, hospital e quartel de Bombeiros em Nioaque, Campo Grande, Três Lagoas, Sidrolândia; pavimentação e restauração de ruas em Ponta Porã, Japorã, Anastácio, Laguna Caarapã; melhorias no sistema de abastecimento de água e esgoto em Dourados, Corumbá e Porto Murtinho e a lista segue. (Veja mais detalhes no infográfico)
Todos esses dados foram identificados por técnicos da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) e da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), dentro do projeto implantado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) denominado Obra Inacabada Zero. O Portal Correio do Estado obteve cópia do documento, que possui 17 páginas.
A identificação de todos esses contratos começou em janeiro deste ano e o estudo foi embasado em documentos entregues pela gestão anterior, que ficou no comando de Mato Grosso do Sul entre 2007 e 2014. O secretário da Seinfra, Marcelo Miglioli, é o responsável por conduzir que essas obras em atraso ou paralisadas entrem no cronograma. “Quando pegamos o relatório, o que nos assustou foi a quantidade de obras em aberto e o valor financeiro que precisaremos arrumar, mas estamos fazendo ajustes financeiros e estamos tocando para frente. Não adianta ficar discutindo o que passou”, afirmou o titular, em entrevista concedida em seu gabinete ao Portal Correio do Estado.
Miglioli evitou falar no valor que será necessário para concluir todas essas obras porque, segundo ele, “há alteração praticamente diária” por conta de índices de reajuste e serviços executados. O que se pode afirmar que serão necessários aportes na casa de centenas de milhões de reais. É possível chegar a essa conclusão avaliando alguns dos investimentos parados, como é o caso do Hospital Universitário de Três Lagoas, que custará em torno de R$ 42 milhões.
TRABALHO DE RETOMADA
O titular da Seinfra pediu para que sua equipe empenhe-se em conquistar a meta de terminar boa parte do que hoje está atrasado ainda em 2015. “Com exceção das obras federais (21 contratos), a meta do governo é terminar pelo menos 80% das obras até o final deste ano. Mas vamos trabalhar forte para ultrapassar essa meta. Queríamos começar 2016 com vida nova”, lamentou.
Uma das barreiras que o governo do Estado terá que superar será fazer em tempo hábil novas licitações. “Temos contratos que teremos de rescindir e relicitar novamente. Um exemplo é a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) de Paranaíba. Não conseguimos terminar a obra com a empresa que estava lá”, indicou o secretário.(Correio do Estado)
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