Depois do sucesso com a mosca-das-frutas, agora é o momento de lutar contra a dengue
Depois de obter sucesso no controle da mosca-das-frutas com tecnologia nuclear, pesquisadores argentinos querem lutar contra o vírus Zika, a dengue e o chikungunya utilizando os mesmos métodos.
Em ambos os casos, é aplicada uma técnica de esterilização de inseto que usa irradiação para esterilizar os insetos e suprimir as populações da peste. A Organização de Alimentos e Agricultura das Nações Unidas (FAO) e a Agência de Energia Atômica Internacional apoiaram os estudos argentinos sobre o tema desde os anos 1990.
A Argentina tem uma longa história de aplicação bem-sucedida da técnica. Desde a mosca-das-frutas apareceu no país, o comércio de frutas com outros países foi restringindo. Com a ajuda das organizações internacionais, autoridades de regulação declararam a Patagônia, onde se produzem muitas frutas e peras, livre da peste em 2005. Já em Mendoza, na região de Cuyo que produz muitas uvas, a mosca-das-frutas tem baixas populações desde 2009.
No momento, cientistas argentinos tenta aplicar o uso da técnica em outras regiões do Norte da Argentina. “Idealmente, criaremos dois grandes cinturões de áreas livres de mosca-das-frutas. Uma começando no Norte e a outra no Sul. A ideia é controlar a população de moscas em todas as regiões afetadas”, disse.
No caso do Zika e dos outros vírus, há uma pesquisa em estágio inicial sobre o assunto. Em 2016, a Argentina reportou mais de 41 mil casos de dengue, 322 de chikungunya e 21 de Zika, todas as a doenças causadas pelo Aedes aegypti. Respondendo a um pedido depois de um surto em 2015, a Agência de Energia Atômica Internacional iniciou uma cooperação para desenvolver a técnica em populações do mosquito.
Desde o começo do projeto, a Argentina teve um avanço significativo. “Nos já estamos conduzindo estudos em jaulas e laboratórios em nosso laboratório que está atrás do Centro Atômico de Ezeiza e há um plano para fazer um piloto em Posadas em 2018”, disse Celina Horak, gerente de aplicações de radiação na Comissão Argentina de Energia Atômica.
Fonte: Agrolink