Uma técnica desenvolvida pela bioquímica Fernanda Tonelli permite obter proteínas recombinantes a partir da tilápia do Nilo geneticamente modificada. A cientista brasileira ganhou o Prêmio Ciência para a Mulher, que é concedido pela L´Oréal de Paris, Unesco Brasil e Academia Brasileira de Ciências.
O prêmio permitirá a cientista usar R$ 50 mil no desenvolvimento da sua pesquisa e buscar parcerias para aplicação comercial da tecnologia no futuro. “Será uma tecnologia nacional e, com uma simples adaptação nas construções de DNA, pode permitir a geração não só de hormônio do crescimento (GH) humano, mas também de insulina, lactase, anticorpos e outras proteínas de interesse econômico”, disse Fernanda. Ela ainda explica que além de proteínas para uso na saúde humano, também haverá uso para saúde animal e industrial.
“Nosso país é ainda muito dependente da importação de proteínas recombinantes. Produzem-se poucas no Brasil e quando destinadas à saúde humana, como o hormônio de crescimento, a importação acaba acarretando grande custo para o Sistema Único de Saúde, visto que são produtos de valor final considerável devido, principalmente, ao custo do processo de purificação industrial”, concluiu.
A pesquisadora vai alterar o DNA da tilápia para que o peixe produza a proteína de interesse e libere a urina, coletando a partir da filtração de água do tanque com filtros especiais ou indução da liberação da urina. A técnica reduz custos e pode baratear o produto para o consumidor. “E tudo isso sempre visando à segurança do processo e minimizando possíveis impactos na saúde do peixe reator”, destacou Fernanda.
Fonte: Agrolink