Decano da Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima atacou Michel Temer em entrevista publicada nesta sexta; para Carlos Fernando, são “graves” as afirmações do peemedebista —que falou em associação criminosa para se referir ao Ministério Público Federal; “Acho que ele (Temer) perdeu a visão da dignidade que o cargo exige dele”, afirmou o procurador; “O que o Rodrigo Janot fez foi a obrigação dele”, disse o procurador da Lava Jato, ao novamente defender o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot; Carlos Fernando defendeu ainda que procuradores possam ser manifestar contra quem “rouba a democracia” e criticou a criação do fundo público para financiamento de campanhas eleitorais, aprovado pela Câmara dos Deputados
247 – O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, classificou como “grave” a afirmação de Michel Temer, que falou em associação criminosa ao atacar em rede social denúncia do Ministério Público Federal.
“Acho que ele (Temer) perdeu a visão da dignidade que o cargo exige dele”, disse Carlos Fernando. Em junho, ele já havia dito que Temer foi “leviano” ao atacar o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, após apresentação da primeira denúncia contra ele.
“O que o Rodrigo Janot fez foi a obrigação dele”, disse o procurador da Lava Jato ao novamente defender o ex-procurador-geral da República. Desta vez, vindas de Temer, de sua defesa e de aliados, após a segunda denúncia criminal contra o peemedebista – desta vez por liderar uma organização criminosa e por obstrução de Justiça -, apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Na terça, 3, Temer postou: “Precisamos lidar com mais uma denúncia inepta e sem sentido, proposta por uma associação criminosa que quis parar o País.” O procurador da República Deltan Dallagnol respondeu ao presidente na quarta, 4, também em rede social: “só há uma associação criminosa que quis parar o país”.
Alvo de uma reclamação da defesa de Lula no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por manifestação indevida, Carlos Fernando diz que cumpre a lei e que fala em defesa da institutição.
Defendeu que procuradores podem ser manifestar contra quem “rouba a democracia” e criticou a criação do fundo público para financiamento de campanhas eleitorais, aprovado pela Câmara dos Deputados. nesta quarta-feira, 4.
As informações são de reportagem de Ricardo Brandt e Fausto Macedo no Estado de S.Paulo.