Ações levaram em consideração alertas apresentados pela CNA
O Banco do Brasil (BB) decidiu prorrogar por um ano o pagamento das parcelas do crédito rural com vencimento até dezembro de 2017. A medida está sendo oferecida devido à situação do mercado interno depois da “Operação Carne Fraca” e da delação da JBS.
A decisão do BB ocorreu depois que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou um amplo trabalho para alertar os agentes financeiros sobre a situação dos pecuaristas diante da contínua desvalorização da arroba do boi.
Levantamento da CNA mostra que, de janeiro a julho deste ano, o valor da arroba do boi gordo acumulou queda de 16%, tendo como referência São Paulo.
Para o vice-presidente da CNA e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (FAEAC), Assuero Veronez, “o Banco do Brasil tomou uma atitude tempestiva em socorro ao setor que passa por um momento difícil em razão da delação da JBS”.
O importante agora, explicou ele, é que os outros bancos “sigam o mesmo caminho, por similaridade, especialmente o Banco da Amazônia, de modo a contemplar todos os pecuaristas que enfrentam dificuldades no pagamento”.
“Certamente esse assunto será resolvido no futuro, mas nós precisamos de prazo para cumprir com os compromissos bancários, especialmente devido à baixa remuneração da atividade nesse momento. Precisamos de tempo para superar as dificuldades”, afirmou Assuero Veronez.
A medida, segundo o diretor de Agronegócios do BB, Marco Túlio Moraes da Costa, não será automática. Cada pecuarista terá de ir até a agência bancária onde assinou o contrato e pedir a prorrogação do prazo de pagamento.
A prorrogação terá condição específica para cada região em virtude da maior ou menor concentração de frigoríficos. O BB está sugerindo as seguintes amortizações mínimas:
– Para empreendimentos conduzidos nas regiões Norte, Centro Oeste e Nordeste e no Estado de Minas Gerais não há obrigatoriedade de amortização mínima;
– Para empreendimentos conduzidos na região Sudeste, exceto o Estado de Minas Gerais, fica sugerido amortização de 20% do valor da parcela;
– Para empreendimentos conduzidos na região Sul é sugerido amortização de 50% do valor da parcela.
Essas amortizações ainda podem ser flexibilizadas, quando a situação individual do produtor não permitir a entrada. A prorrogação abrange cerca de 300 mil operações num volume total de aproximadamente R$ 7,2 bilhões.
O Banco do Brasil já havia prorrogado, por um ano, as operações de custeio e investimento com vencimento entre março e junho deste ano.
Fonte: Agrolink