Preço da oleaginosa tende a ficar mais alto que no ano passado, mas algo que vinha ajudando o produtor a conseguir boas rendas, neste ano, vai atrapalhar
Daniel Popov, de São Paulo
Não é novidade para nenhum produtor que três fatores são fundamentais para a formação dos preços da soja, a cotação na Bolsa de Chicago (CBOT), o câmbio e o prêmio de exportação (basis). O ano começou com os preços da commodity elevados, um prêmio razoável nos portos, mas um câmbio bem abaixo do ano passado. Para evitar perder boas oportunidades escondidas de negócio, o consultor de mercado, Flávio França Junior, afirmou durante a Abertura Nacional da Colheita de Soja, que aconteceu em Ponta Porã (MS), que o produtor terá que acompanhar o mercado de maneira mais intensa, atenta e fazer contas, como nunca fez anteriormente.
Antes mesmo de plantar a soja os produtores iniciam os trabalhos de buscar crédito, insumos, manutenção de maquinários entre outros. Com a mesma dedicação, eles escolhem a variedade a ser cultivada, adéquam o solo, fazem a semeadura sem pressa, adubam, fertilizam, monitoram pragas e doenças e por fim colhem asa lavouras. França Junior destaca, no entanto, que o trabalho não acaba por ai. “Muitos ainda não entenderam que a comercialização da safra é tão importante e fundamental para que a fazenda dê lucro, quanto a compra de boas sementes, adubos, manejo adequado e por ai vai”, comenta ele. “O produtor que não se atenta a isso está jogando todo o trabalho realizado no ano fora.”
personagem soja
Para que se saiba o que esperar do mercado em 2017, o consultor de mercado explica como cada uma destas vertentes influenciará no montante final obtido pelo produtor. Os preços na bolsa de Chicago estão melhores neste começo de ano, resultado da firme demanda global pela oleaginosa e da previsão de alguma perda na safra da América do Sul, principalmente na Argentina.
Tudo isso influenciou nas cotações que entraram o ano em um patamar acima de US$ 10,5 por bushel. No mesmo período do ano passado os valores não superavam nem os US$ 9 por bushel. “Estes fatores também nos trazem a percepção que os preços na bolsa de Chicago oscilarão menos este ano. Devem mesmo ficar, na média, acima dos US$ 10 por bushel. Podendo, em algum momento, até se elevar bem mais”, diz o consultor.
ALMOR PARAGUAY
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Os prêmios também devem ser positivos este ano. Este quesito considera o valor pago pela soja na Bolsa de Chicago e os valores do mercado interno. Para França a tendência é que o produtor ganhe um pouco mais neste aspecto. “Estamos falando de prêmios pagos, agora na colheita, de US$ 0,40 por bushel. Já tivemos basis melhores, mas na entrada da colheita estes valores são muito bons”, garante França Junior.
Se nos outros dois quesitos as perspectivas são boas, na questão do câmbio a coisa complica e é por isso que o produtor precisa se debruçar sobre as planilhas para não perder um bom negócio. O câmbio atual não está, nem de longe, perto do que foi registrado no ano passado. Agora, está em torno de R$ 3,20, bem inferior aos remuneradores R$ 4,50 do ano passado, comenta o consultor. “O câmbio deve oscilar bastante este ano, mas não muito abaixo de R$ 3,10 e acima de R$ 3,50. Por isso é importante monitorar as cotações e o câmbio. A soma destes dois pontos pode trazer uma boa rentabilidade ao produtor”, reitera ele.
França Junior explica que as questões políticas nacionais e internacionais é o principal fator que gera esta instabilidade no câmbio. Segundo ele, basta uma atitude diferente do atual presidente americano para que tudo mude. “O produtor precisa mudar de postura e ficar em cima das cotações. Esta é uma parte fundamental de seu negócio e não dá para errar, sem]ao é prejuízo na certa”, finaliza.projetosojabrasil.com.br
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