Telexfree:Brasileiro preso com US$ 20 milhões sob colchão nos EUA pode pegar até 20 anos de cadeia

Brasileiro preso com US$ 20 milhões sob colchão nos EUA pode pegar até 20 anos de cadeia
Cléber Rene Rizério Rocha foi acusado de conspiração para cometer lavagem de dinheiro em um caso ligado à investigação da TelexFree.
G1
Telexfree foi fundada por James Merrill (foto), um cidadão norte-americano, juntamente com o brasileiro Carlos Wanzeler (Foto: Reprodução/YouTube/Mally Campbell)
O brasileiro Cléber Rene Rizério Rocha, de 28 anos, preso nos EUA e acusado de esconder cerca de US$ 20 milhões (R$ 64 milhões) sob um colchão em seu apartamento, pode pegar até 20 anos de cadeia e ser multado em até US$ 250 mil (R$ 800 mil), segundo a imprensa americana.

Cléber é acusado de conspiração para cometer lavagem de dinheiro em caso ligado à investigação TelexFree. Ele foi preso em Westborough, no estado de Massachusetts, nesta quinta-feira (5).

Promovida como uma companhia de internet e telecomunicações, a TelexFree se tratava, na verdade, de um esquema de pirâmide de dinheiro, de acordo com investigadores.

A prisão do brasileiro foi resultado de uma investigação sobre a empresa sediada em Marlborough, Massachusetts, que vendia serviços de voz sobre Internet (Voip). Ela foi fundada pelo cidadão norte-americano James Merrill e pelo brasileiro Carlos Wanzeler.
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Investigação e falência

Procuradores disseram que a TelexFree era um grande esquema de pirâmide de dinheiro, ganhando pouco com a venda de serviços e lucrando milhões de dólares com milhares de pessoas que pagavam uma taxa de assinatura. Elas eram “promotores comerciais” e eram pagas para publicar anúncios online para a empresa.

A TelexFree pediu falência em abril de 2014, com uma dívida de US$ 5 bilhões (R$ 16 bilhões), de acordo as investigações. No total, cerca de 965 mil vítimas nos EUA, Brasil e outros países perderam US$ 1,76 bilhão com o fracasso da companhia.

James Merrill, um dos fundadores, foi preso em maio de 2014 e se declarou culpado de conspiração e fraude eletrônica em outubro. O brasileiro Carlos Wanzeler fugiu para o Brasil em 2014 e não pode ser extraditado.

Busca por dinheiro

De acordo com a queixa criminal desta quinta, uma pessoa atuando em nome de um sobrinho de Wanzeler abordou uma testemunha que cooperava com as autoridades para falar sobre a lavagem de dinheiro que ocorria nos EUA, utilizando contas em Hong Kong e movimentando os fundos para o Brasil.

A intermediária disse à testemunha que queria US$ 40 milhões transferidos para fora do país porque a mulher de Wanzeler, que ainda morava nos EUA, estava entrando com pedido de divórcio e sabia onde o dinheiro estava localizado.

Em 31 de dezembro, Cléber Rocha, atuando como mensageiro para o sobrinho de Wanzeler, foi para os EUA. Na última quarta-feira (4), ele se encontrou com a testemunha, à qual deu US$ 2,2 milhões em uma maleta, de acordo com autoridades.

Após o encontro, agentes federais seguiram Rocha a um complexo de apartamentos em Westborough.

Depois da prisão do suspeito, os policiais foram ao apartamento dele e descobriram uma “quantidade substancial de dinheiro” escondido sob um colchão, segundo a queixa. Rocha disse haver um total de US$ 20 milhões.

Segundo a agência Reuters, o advogado de Cléber Rocha não respondeu imediatamamente a pedidos por comentários.

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