Por: Folha de Dourados
Foto: Geovanni Gomes
Foto: Geovanni Gomes
Governador encontrou ministro da Justiça e cobrou plano para aliviar ‘a turbulência’ na fronteira com Paraguai e Bolívia
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) criticou a falta de comprometimento do Governo Federal diante da turbulência que Mato Grosso do Sul enfrenta por fazer fronteira com o Paraguai.
Reinaldo, que participou da incineração de 83.028.901,96 toneladas de droga nas intermediações do frigorífico JBS, nesta terça-feira (21), destacou que conversou com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, e ele pediu o prazo de quinze dias para apresentar um plano nacional de fronteiras.
“O ministro Alexandre Moraes me disse que, em quinze dias, apresenta um plano de segurança das fronteiras. Temos que dar esse tempo ao ministro para ver quais são as atitudes concretas que o Ministério da Justiça vai fazer nas fronteiras do Brasil, principalmente da Bolívia e do Paraguai. Não dá para esperar mais. Estamos vendo aumentar a ansiedade, aumentando ali os conflitos do lado do Paraguai, se o governo brasileiro não entender que tem que fortalecer, a cada dia teremos maiores problemas nos grandes centros e conviver com isso. Está na hora de resolver isso”, diz o governador.
Caso a União envie policiais para fazer a segurança na região de fronteira, Azambuja afirma que existe a possibilidade de encaminhar o DOF (Departamento de Operações de Fronteira) para reforçar a segurança nas cidades. “Se tiver efetividade maior na fronteira, poderia tirar o DOF para auxiliar nas cidades. Poderíamos fortalecer a estrutura dentro das cidades”.
Questionado sobre a contribuição do Estado, Reinaldo afirma que vem colaborando com a segurança da fronteira através da Polícia Rodoviária Estadual, DOF e Polícia Militar. “Já estamos contribuindo com a nossa polícia, que é a PRE, DOF e Polícia Militar. Precisa o governo mandar efetivo maior da policia rodoviária, polícia federal e ter segmento de inteligência na fronteira monitorando o ir e vir, se fizer teremos um número maior de drogas apreendidas”.
Azambuja defende que a fronteira seja ‘blindada’. “O que acontece em Pedro Juan, se olhar os números de segurança em Ponta Porã tivemos avanço, diminuiu numero de homicídios, precisa de blindagem de toda a fronteira, para ter efetividade maior. Eu vi uma entrevista do juiz Odilon de Oliveira, homem experiente, que definiu a realidade, dizendo que a fronteira é responsabilidade federal. Esse vazio precisa ser preenchido. Cobramos isso há muito tempo”.
Concordando com as afirmações do governador, o Secretario de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa destacou que mais de 40% da droga apreendida no país vem de Mato Grosso do Sul, que também é responsável por 6 mil presos que seriam de responsabilidade da União.
“Somos responsáveis por mais de 40% das apreensões de drogas no país, temos mais de 6 mil presos que seriam da União, precisamos contar com o apoio do governo federal já que o Estado banca praticamente R$ 130 milhões que seriam da União. Precisamos de uma atenção especial na região de fronteira e sempre defendemos um plano nacional de segurança”, disse o secretário.
Conflito entre índios e produtores rurais
Reinaldo Azambuja fez questão de destacar que diante dos conflitos entre produtores rurais e indígenas em Caarapó, ainda não recebeu nenhuma proposta para solucionar os conflitos, que também é de responsabilidade do governo federal.
“Não temos nenhuma decisão, o governo mandou Força Nacional para diminuir um pouco a tensão na região e nos próximos dias possamos irrigar a requisição de terras indígenas e ai sim ter uma solução para diminuir esses conflitos entre produtores e indígenas que tem prejudicado muito a imagem de Mato Grosso do Sul”, afirma o governador.(TopMidia)