Marte: parece que estávamos errados sobre o planeta vermelho

Um mineral que só se forma em ambientes com água pode estar por trás da característica cor vermelha de Marte

Sabemos que Marte é popularmente chamado de planeta vermelho, mas sua cor pode ter origens diferentes do que pensávamos até então. De acordo com autores de um estudo publicado na Nature Communications, a coloração vermelha das rochas de Marte foi provocada pela água, e não pela oxidação seca de minerais.

Entenda:

  • A origem da cor vermelha de Marte pode ser diferente do que se acreditava até então;
  • Um novo estudo sugere que, em vez de hematita, um outro mineral causou a tonalidade do planeta vermelho: a ferrihidrita;
  • Enquanto a hematita se forma em condições secas, a ferrihidrita surge em ambientes com bastante água;
  • Novas análises devem ser realizadas para determinar os níveis de ferrihidrita presentes na poeira da superfície marciana.
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Água pode estar por trás da cor vermelha de marte. (Imagem: Ketut Agus Suardika/Shutterstock)

A hipótese anterior atribuía o tom avermelhado de Marte à hematita, que se forma sob condições secas – ou seja, o mineral teria se formado após o desaparecimento da água no planeta. A nova pesquisa, entretanto, atribui a cor a outro mineral: a ferrihidrita, que se forma em ambientes com bastante água.

Mineral que se forma na água pode ter originado cor vermelha de Marte

Para testar a hipótese, os autores do estudo pulverizaram diferentes tipos de minerais de óxido de ferro e os compararam à poeira marciana. A correspondência mais próxima foi a ferrihidrita, não apenas refutando a teoria sobre a hematita, mas sugerindo que os minerais de Marte se formaram enquanto ainda havia umidade no planeta.

Ferrihidrita pulverizada é correspondência mais próxima à poeira de Marte. (Imagem: Valantinas et al./Nature Communications)

“A principal implicação é que, como a ferrihidrita só poderia ter se formado quando a água ainda estava presente na superfície, Marte oxidou antes do que pensávamos. Além disso, a ferrihidrita permanece estável sob as condições atuais em Marte”, explica Adomas Valantinas, líder do estudo, em comunicado.

A equipe agora deve realizar novas análises em laboratório para medir as quantidades exatas de ferrihidrita presentes na poeira do planeta vermelho.

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