NASA define data para levar humanos a Marte

NASA quer enviar humanos a Marte já em 2035 como parte do programa Artemis

Ilustração do planeta Marte; superfície de Marte erodida em terra vermelha alaranjada
Crédito: cobalt88/shutterstock.com

Uma década pode parecer bastante tempo para fazer algo, mas para enviar pessoas a Marte é um período relativamente rápido. Esse, ao menos, é o que planeja a NASA.

A iniciativa seria uma espécie de extensão do atual programa Artemis, por meio do qual a agência espacial dos EUA já possui estudos e missões de exploração da Lua.

A ideia agora é treinar os humanos enviados a Lua pelo mesmo programa para que eles possam embarcar posteriormente em uma viagem de ida e volta a Marte, potencialmente em 2035, também com fins de pesquisa científica.

Humanos em Marte já em 2035?

programa Artemis da NASA está em andamento há mais de meio século, tendo desenvolvido diferentes missões ao longo dos anos.

O início do programa aconteceu em dezembro de 1972, quando três astronautas foram lançados a bordo do foguete Saturno V rumo a Lua.

Desde então, a iniciativa tem explorado a superfície lunar em busca de descobertas científicas, avanços tecnológicos e também para entender se e como é possível manter uma vida humana fora da Terra.

Com esses conhecimentos angariados em 52 anos de exploração, a NASA quer preparar os primeiros humanos para pisar em Marte.Play Video

A viagem tem previsão de duração de seis a sete meses para a ida e para a volta, e cobrirá até 402 milhões de quilômetros em cada um dos sentidos.

Ao todo, a estimativa é que os astronautas selecionados para essa missão passem até 500 dias na superfície do planeta vermelho antes de retornar à Terra.

Marte: missão de exploração

Apesar de diferentes possibilidades com a ida de humanos ao planeta vizinho, o estudo exploratório é o principal motivador.

Isso porque, atualmente, as missões feitas ao planeta foram apenas com robôs e, dessa forma, ainda há muito solo local a ser analisado.

Com a missão, a NASA poderá encontrar respostas a muitos dos atuais mistérios que englobam o planeta vermelho, como o porquê de Marte ter a aparência que tem hoje, bem como se há vida (ou se houve vida) por lá.

“Os cientistas sabem bastante sobre a superfície do planeta por meio do envio de missões robóticas, mas ainda existem muitas características geológicas interessantes para se investigar mais de perto. Estas características poderão dizer aos pesquisadores mais sobre a formação do Sistema Solar”, comentou em artigo ao Space.com Joel Levine, cientista atmosférico, professor do Departamento de Ciências Aplicadas da Universidade William & Mary, em Virgínia (EUA) e ex-pesquisador da NASA.

Para conseguir enviar astronautas em segurança, a NASA criou um novo Sistema de Lançamento Espacial por meio do qual ele lançou, em novembro de 2022, a nave espacial Orion.

Componentes da espaçonave Orion, da NASA
Componentes da espaçonave Orion, da NASA. Crédito: NASA

A aeronave Orion foi parte da missão Artemis I e realizou o primeiro voo sem tripulação para a Lua, onde ficou orbitando por seis dias, alcançando quase 130 quilômetros acima da superfície e retornando à Terra em dezembro de 2022.

De acordo com a própria NASA, a Orion foi projetada para “manter os astronautas seguros no espaço profundo, protegendo-os do ambiente implacável longe da Terra” e, com a missão Artemis I, foi possível comprovar a segurança da nave

“Os pesquisadores da NASA, juntamente com vários colaboradores, transportaram cargas úteis a bordo do Orion para medir a exposição potencial à radiação dos astronautas”, disse a agência

E completou que “embora a exposição à radiação possa variar dependendo da localização dentro da Orion, a espaçonave pode proteger sua tripulação de níveis de radiação potencialmente perigosos durante as missões lunares”.

Para realizar as medições de radiação, a Orion foi equipada com 5.600 sensores passivos e 34 detectores de radiação ativos durante uma missão que durou quase 26 dias ao redor da Lua e retorno à Terra.

Em 2025, a Artemis 2 pretende refazer o trajeto da primeira missão, mas dessa vez de forma tripulada.