Na manhã desta quinta-feira (3), o Sol disparou mais uma explosão de classe X (o tipo mais potente) – a maior desde 2017
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, uma mancha no Sol foi responsável pela segunda maior explosão solar dos últimos tempos na terça-feira (1). Acontece que o astro não está para brincadeira esta semana: na manhã desta quinta (3), um novo episódio, ainda mais potente, resultou em uma erupção recorde, que superou até mesmo o grande evento de maio deste ano.
Tanto a explosão de segunda-feira quanto a mais recente (a maior desde 2017) eclodiram da mancha solar hiperativa AR3842, localizada próxima ao equador do Sol.
Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em ejeções de massa coronal;
- As erupções são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
- A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
- Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente;
- A erupção do início da semana atingiu o nível X7.1, ficando atrás apenas do episódio ocorrido em maio, uma explosão X8.7;
- No entanto, a antiga líder no ranking do Ciclo Solar 25 foi desbancada por uma explosão solar X9.1, detectada nesta manhã.
Explosão solar recorde provoca apagão de sinais de rádio
O evento foi registrado pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO), da NASA, e pelo Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma colaboração entre as agências espaciais norte-americana e europeia. A radiação liberada pela explosão ionizou o topo da atmosfera da Terra e causou um profundo apagão de ondas curtas sobre a África e o Atlântico Sul.
De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, os operadores de radioamadorismo na área podem ter notado perda de sinal em frequências abaixo de 30 MHz por até meia hora após o momento da explosão, às 9h18 (pelo horário de Brasília).
Se as CMEs são lançadas em direção à Terra, podem atingir a atmosfera do planeta e reagir com a magnetosfera, provocando tempestades geomagnéticas. A depender da potência, essas tempestades podem ocasionar desde a formação de auroras até efeitos mais graves, como interrupções em sistemas de comunicação ou mesmo derrubar satélites em órbita.
Neste caso, é esperada para o fim de semana uma tempestade geomagnética G3 (considerada forte uma escala de G1 a G5), podendo atingir até mesmo a classe G4 (severa).
Normalmente, CMEs mais fortes provocam auroras em latitudes médias e baixas em toda a Europa e nos EUA.
No nível G4, mais especificamente, há também uma ameaça de problemas generalizados com controle de tensão e impactos à rede que podem afetar alguns sistemas de proteção. Além disso, sistemas de navegação por satélite e de baixa frequência, como GPS, podem ser interrompidos e as operações de espaçonaves também podem ter problemas com carregamento e rastreamento de superfície.
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