Novo estudo aponta que as condições necessárias para a replicação do RNA foram encontradas em ilhas vulcânicas
Um novo estudo pode colocar um ponto final em uma das maiores discussões da ciência: afinal, o que teria dado início à vida na Terra? Segundo pesquisadores, as principais condições necessárias para a replicação do RNA, ponto de partida para a vida, foram encontradas em poros rochosos em ilhas vulcânicas que datam não muito depois da formação da Terra.
Nova proposta para o surgimento da vida
- Atualmente, existem dois principais modelos sobre o início da vida no nosso planeta.
- Um propõe que tudo começou em um pequeno lago quente, com aminoácidos originados em meteoritos.
- O modelo alternativo aponta que as fontes hidrotermais no fundo do mar, onde a energia e os nutrientes são abundantes, teriam sido as responsáveis pela origem da vida.
- No entanto, uma nova proposta foi apresentada em estudo publicado no eLife.
Ilhas vulcânicas preencheriam todos os requisitos
Independentemente de onde a vida começou, acredita-se que este processo só foi possível a partir da replicação do RNA. Para isso, cientistas afirmam que seria necessário atingir condições específicas.
O novo trabalho, no entanto, defende que isso não exigiria grandes flutuações de temperatura. Os pesquisadores afirmaram que investigaram um cenário geológico simples em que o movimento da água através de um poro de rocha foi seco por um gás que se infiltra na rocha para chegar à superfície. Essa configuração seria muito comum em ilhas vulcânicas na Terra primitiva, que ofereciam as condições secas necessárias para a síntese de RNA.
A equipe criou um modelo de um poro de rocha vulcânica parcialmente preenchido com água. A água evaporou no ponto em que encontrou gás, que por sua vez se dissolveu parcialmente, produzindo correntes no processo. Pequenos fragmentos de DNA que brilham para facilitar a visibilidade foram adicionados.
Eles descobriram que a água evaporava continuamente na interface, mas os ácidos nucléicos na face aquosa se acumulavam perto da interface gás/água. Em uma hora, 30 vezes mais DNA estava concentrado na fronteira com o gás do que em outras partes do sistema, segundo o trabalho.
Isso sugere que, mesmo em um planeta onde os ácidos nucléicos eram escassos, eles poderiam se tornar suficientemente concentrados em alguns pontos, permitindo que a replicação ocorresse. Os fios não poderiam se separar naquele ambiente, mas a perda de sal poderia explicar isso.
A hipótese defendida é que o fluxo circular de fluido na interface fornecida pelo fluxo de gás, juntamente com a difusão passiva, impulsionaria a separação dos fios, forçando os ácidos nucléicos através de áreas com diferentes concentrações de sal.
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