Experimento histórico identifica genes-chave que permitem à cevada prosperar em condições adversas, fomentando estudos atuais
Um experimento iniciado há décadas, antes da Grande Depressão, revelou os genes responsáveis pela notável adaptabilidade da cevada, um ingrediente essencial para cerveja e uísque, levando a um recente estudo sobre o tema, com percepções cruciais para garantir o futuro da cevada diante das mudanças climáticas.
A cevada, cultivada globalmente por mais de 12 mil anos, possui variações genéticas que permitiram sua adaptação a diferentes climas. Identificar os genes responsáveis é fundamental para prever quais variedades prosperarão em condições adversas, como altas temperaturas e secas prolongadas.
Dan Koenig, geneticista da UC Riverside, explicou que o experimento começou em Davis, Califórnia, há um século para identificar variedades de cevada adaptadas ao ambiente local. Hoje, a tecnologia permite analisar milhões de variações genéticas rapidamente.
O estudo recente, publicado na revista Science, descreve genes que ajudam a cevada a florescer no período ideal para maximizar a produção de sementes.
Identificando genes da cevada
- A identificação desses genes é um desafio, pois o ciclo de cultivo da cevada leva um ano.
- No entanto, o experimento “Barley Composite Cross II”, iniciado em 1929 em Davis, forneceu dados valiosos sobre a adaptação da cevada ao clima quente e seco da Califórnia.
- O experimento de décadas atrás conseguiu revelar mudanças significativas na diversidade genética ao longo do tempo.
A equipe de Koenig está agora planejando estudos adicionais para explorar como a floração pode ser ajustada em diferentes climas e investigar a relação entre produção de sementes e características como crescimento rápido. Além disso, as visões obtidas podem ajudar no desenvolvimento de outras culturas, como trigo e milho, para se adaptarem melhor às mudanças climáticas.
Koenig destaca que entender a adaptabilidade da cevada é crucial para continuar produzindo bebidas e para desenvolver culturas futuras que possam enfrentar condições extremas.
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