Agência de notícias usa apresentadores criados por IA na Venezuela

Agência de notícias usa apresentadores criados por IA na Venezuela

O uso da IA tem como objetivo publicar notícias independentes e proteger os repórteres da perseguição feita pelo regime de Nicolás Maduro

Imagem: reprodução/Connectas

inteligência artificial está sendo usada para evitar a perseguição do governo à imprensa na Venezuela. Uma agência de notícias usou a tecnologia para criar dois âncoras televisivos que noticiam informações que nem sempre agradam ao presidente Nicolás Maduro.

IA protege repórteres de perseguição do regime venezuelano

A dupla de apresentadores é chamada de “El Pana”, gíria venezuelana para o “amigo”, e “La Chama,” que quer dizer a “garota”. Eles se sentam em um banquinho, usando uma camisa de flanela e calça social enquanto leem as manchetes do dia.

Os apresentadores foram gerados utilizando inteligência artificial, ainda que tenham aparência, falem e se mexam realisticamente. A ideia faz parte da iniciativa “Operação Retuíte”, da organização Connectas, sediada na Colômbia.

Protestos na Venezuela (Imagem: Giongi63/Shutterstock)

O objetivo é publicar notícias de dezenas de veículos de imprensa independentes venezuelanos e proteger os repórteres da perseguição feita pelo regime de Maduro contra jornalistas e manifestantes. Pelo menos 10 profissionais da imprensa foram presos e oito seguem na prisão sob acusações que incluem terrorismo, de acordo com Repórteres Sem Fronteiras.

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Nenhum representante do atual governo da Venezuela se pronunciou oficialmente sobre o uso da IA para criar noticiários, bem como sobre a acusação de perseguição contra jornalistas no país.

Nicolás Maduro é acusado de perseguir a imprensa no país (Imagem: StringerAL/Shutterstock)

A crise política da Venezuela

  • As denúncias de repressão por parte do regime venezuelano começaram após as eleições presidenciais de 28 de julho.
  • As autoridades eleitorais do país anunciaram a reeleição de Nicolás Maduro, no cargo desde 2013.
  • A oposição, no entanto, afirma que o pleito foi fraudado e que a vitória foi do candidato Edmundo González.
  • Após mais de um mês de impasse, as atas da eleição ainda não foram publicadas sob a justificativa de que o sistema sofreu um ataque digital.
  • Vários países não reconheceram a eleição de Maduro e pressionam a Venezuela.
  • Protestos já provocaram 27 mortes e 2,4 mil prisões ou detenções de figuras oposicionistas e manifestantes.

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