Falta de sono tem nova consequência descoberta em estudo brasileiro

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos acompanharam a qualidade do sono de 125 trabalhadores da área de saúde por um ano

Estresse aumenta as chances de má qualidade do sono

  • O trabalho acompanhou 125 trabalhadores da área de saúde por um ano.
  • A equipe notou que o estresse e o burnout aumentaram as chances de má qualidade do sono e de relatos de dores no corpo.
  • Os sentimentos mais identificados foram de injustiça, insatisfação, falta de controle, demandas excessivas e falta de tempo.
  • De acordo com os pesquisadores, essas são manifestações de que o equilíbrio entre as demandas e a capacidade do trabalhador foi afetado.
  • Trabalhos anteriores já haviam identificado que 75% dos entrevistados avaliaram negativamente as demandas emocionais ligadas ao trabalho e 61% reclamaram do ritmo de serviço.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Healthcare.

Pacientes foram acompanhados por um ano

O novo estudo foi realizado durante o período da pandemia de Covid-19. Por isso, a investigação foi conduzida por meio eletrônico, sem contato direto com os participantes.

Todos os pacientes avaliados eram vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e as coletas de dados foram realizadas ao longo de um ano, com envio dos formulários a cada três meses. A amostra abrangia pessoas entre 18 e 60 anos de idade.

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Dores podem estar ligadas à má qualidade do sono (Imagem: Viktoriya Kuzmenkova / iStock)

A proposta era identificar a presença de dor musculoesquelética nos últimos 12 meses e nos últimos sete dias. Segundo a equipe, o estresse e o burnout já eram comuns nesses trabalhadores antes da pandemia, mas foram agravados pelas dificuldades do período, assim como a piora na qualidade do sono.

A maioria dos entrevistados foi classificada como tendo qualidade do sono ruim (74%), o que é um problema grave, pois sabe-se que o sono não restaurador é responsável por uma série de problemas de saúde. Além disso, sua privação ou interrupções aumentam a sensibilidade e a vulnerabilidade à dor, além de também estarem associadas ao comprometimento cognitivo.