Assim é o interior do cérebro de uma pessoa com Alzheimer

Modelo 3D criado por pesquisadores do Reino Unido permite ver estrutura molecular do cérebro de pessoas com Alzheimer

Em um movimento pioneiro, pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, desenvolveram um modelo 3D da estrutura molecular do cérebro de pessoas com Alzheimer. A invenção permite analisar proteínas como as beta-amilóides e TAU, associadas à doença.

Entenda:

  • Pela primeira vez, pesquisadores criaram um modelo 3D do interior do cérebro de pacientes com Alzheimer;
  • Combinando técnicas avançadas de imagem, uma equipe do Reino Unido criou um vislumbre da estrutura das moléculas encontradas no cérebro humano;
  • O modelo permite analisar em detalhe as proteínas do cérebro – especialmente as beta-amilóides e TAU, associadas ao Alzheimer;
  • A expectativa é de que o modelo possa ajudar a estudar outros quadros além da doença;
  • O estudo foi publicado na revista Nature.
Tomografia de proteínas TAU em tecido cerebral post-mortem. (Imagem: Gilbert et al., Nature, 2024)

“Este primeiro vislumbre da estrutura das moléculas dentro do cérebro humano oferece mais pistas sobre o que acontece com as proteínas na doença de Alzheimer. Também estabelece uma abordagem experimental que pode ser aplicada para entender melhor uma ampla gama de outras doenças neurológicas devastadoras”, explica René Frank, líder do estudo publicado na revista Nature.

Modelo de cérebro pode ser aplicado além do Alzheimer

Para criar o modelo 3D, os pesquisadores usaram uma combinação de técnicas avançadas de imagem – como a tomografia crioeletrônica (CryoET) – para escanear o tecido cerebral post-mortem de pacientes com Alzheimer.

Alzheimer Covid-19
Modelo 3D pode ajudar a estudar outras doenças além do Alzheimer. (Imagem: tampatra/iStock)

Ao observar as beta-amilóides e TAU, os pesquisadores perceberam que, ainda que os aglomerados das proteínas fossem semelhantes, eles apresentavam diferenças em sua disposição espacial – como a orientação e torção de alguns filamentos TAU e o tamanho das beta-amilóides.

A equipe acredita que o novo modelo pode ajudar no estudo de outros quadros além do Alzheimer. “Será importante aplicar essas abordagens a outras doenças neurodegenerativas, muitas das quais compartilham tipos relacionados ou sobrepostos de neuropatologia amilóide.”

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