Meta está sendo investigada por permitir anúncios de drogas como cocaína e opioides no Facebook e Instagram
A Meta, a empresa por trás do Facebook e Instagram, está sendo investigada por permitir anúncios que direcionam usuários para mercados online de drogas ilícitas. Embora as políticas da empresa proíbam a promoção de substâncias ilícitas, anúncios de drogas como cocaína e opioides prescritos continuam a ser veiculados nas plataformas.
Uma análise realizada pelo The Wall Street Journal em julho revelou dezenas de anúncios promovendo substâncias ilegais. O Tech Transparency Project, uma organização que investiga plataformas online, também identificou mais de 450 anúncios de drogas no Facebook e Instagram entre março e junho.
Os anúncios frequentemente incluem imagens de frascos de medicamentos, pílulas ou até tijolos de cocaína, usando fotos para escapar da moderação de conteúdo automatizada da Meta.
Alguns anúncios direcionam os usuários para grupos de chat privados no aplicativo Telegram, onde as transações são realizadas. Em alguns casos, os anúncios levam a grupos no WhatsApp, serviço de mensagens criptografadas da própria Meta.
A Meta, em resposta, afirmou que seus sistemas são projetados para detectar e aplicar sanções contra conteúdos que violam suas políticas, removendo milhares de anúncios por mês. A empresa também destacou que trabalha com autoridades para combater essas atividades e que baniu os usuários responsáveis pelos anúncios ilícitos.
Desafios legais e responsabilidade das plataformas
- A questão levanta discussões sobre a responsabilidade das plataformas tecnológicas em relação ao conteúdo de terceiros, especialmente sob a Seção 230 do Communications Decency Act da lei americana.
- Essa seção geralmente isenta as plataformas de responsabilidade pelo conteúdo publicado por terceiros, com algumas exceções.
- Recentemente, o Departamento de Justiça dos EUA tentou responsabilizar empresas de internet por permitir a venda de drogas ilegais, como no caso do Google, que pagou uma multa de 500 milhões de dólares em 2011 por permitir anúncios de farmácias canadenses ilegais.
- Em uma audiência no Senado, pais de jovens que morreram devido ao consumo de drogas adquiridas online responsabilizaram Meta e outras empresas de redes sociais.
- O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, pediu desculpas às famílias afetadas, reforçando o compromisso da empresa em melhorar a segurança nas plataformas.
Eu sinto muito por tudo o que todos vocês passaram. Ninguém deveria passar pelas coisas que suas famílias sofreram, e é por isso que investimos tanto… para garantir que ninguém tenha que passar pelas coisas que suas famílias tiveram que sofrer.Mark Zuckerberg, CEO da Meta