Junho é o mês de conscientização do lipedema, doença que leva ao acúmulo de gordura nos membros inferiores. Por isso, é muito comum confundir a condição com a obesidade.
Entre os sintomas da doença estão o inchaço, retenção de líquido, dores e acúmulo de gordura localizada nas pernas e nos quadris. Se esses sinais persistirem e estiverem acompanhados de dor ao toque, pode ser lipedema.
“Muito comum em mulheres, o lipedema é uma doença caracterizada pelo acúmulo de tecido gorduroso que leva a uma desproporção no tamanho dos quadris e pernas, podendo também atingir os braços, mas com menor frequência”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Identificando o problema
Ao contrário do linfedema, onde há uma alteração no sistema linfático que leva ao acúmulo de líquidos no membro acometido, os lipedemas são sempre simétricos e os sintomas incluem sensação dolorosa ao toque, aumento da frequência de hematomas espontâneos e maior tendência ao acúmulo de líquido.
“Não é incomum que a portadora de lipedema estranhe ao se submeter a uma drenagem linfática ou massagem relaxante. Isso porque a experiência, que deveria ser agradável, geralmente acompanha dor e sensibilidade ao toque”, afirma a especialista.
Segundo a médica, o lipedema evolui ao longo da vida, e o aumento do tecido gorduroso vai existir, em consequência de ganho de peso, alimentação inadequada, distúrbios hormonais.
“Mas o grande problema é que essa gordura é doente, e frequentemente não reduz com hábitos básicos como dietas e prática de atividade física. Portanto, a ajuda profissional se faz necessária. Hoje, o lipedema é considerado uma doença crônica, inflamatória, que não tem cura, mas pode ser controlada, já que, além dos sintomas citados anteriormente, a condição causa desconforto estético limitante na maioria das pacientes”, afirma Aline.
Como combater o lipedema
Segundo a especialista, é possível modificar o lipedema com atividade física, dieta anti-inflamatória, drenagem linfática, medicação, uso de meias de compressão e até cirurgias para retirada do tecido gorduroso doente. “A mudança de hábitos de vida em busca de um estado menos inflamatório é decisiva para conter a evolução do lipedema”, destaca.
Além disso, é essencial o tratamento de outras patologias associadas, como varizes e pressão alta, para evitar complicações, destaca a Dra. Aline Lamaita. “Porém, o mais importante é que você consulte um médico especializado. Apenas ele poderá diagnosticar o problema e indicar o melhor tratamento para cada caso”, enfatiza