Dólar sobe ante real em dia de Ptax e sob influência do exterior

Após duas sessões em queda, o dólar à vista fechou a sexta-feira em leve alta ante o real, sustentado pela manhã por investidores comprados no mercado futuro e influenciado pelo exterior, onde a divisa dos EUA também subia ante outras moedas de países emergentes.

Mais cedo, a disputa entre comprados (investidores posicionados na alta do dólar) e vendidos (posicionados na baixa) deu o tom dos negócios, com os participantes do mercado tentando influenciar a determinação da Ptax.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.

Com a Ptax definida no início da tarde, o dólar ficou mais livre para oscilar, o que fez as cotações se afastarem das máximas do dia.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,989 reais na venda, em alta de 0,18%. Foi o segundo dia consecutivo em que a moeda americana terminou abaixo da linha psicológica dos 5 reais. Na semana, a divisa dos EUA acumulou queda de 1,40%.

Na B3, às 17:31 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,23%, a 5,0005 reais.

Pela manhã, os comprados atuaram para impulsionar o dólar, que marcou a cotação máxima do dia, de 5,021 (+0,82%), às 9h31. No início da tarde, o BC definiu a Ptax para venda em 5,0007 reais.

Durante a tarde, a moeda norte-americana se alinhou mais claramente ao exterior. Ela até chegou a se aproximar da estabilidade, mas terminou em leva alta.

“O dólar está subindo contra emergentes hoje (sexta-feira), marginalmente. De certa forma, (o câmbio no Brasil) está alinhado”, comentou durante a tarde Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM.

No fim da sessão, o dólar também sustentava ganhos ante uma cesta de moedas no exterior, após dados mostrarem alta de preços nos EUA em março, apesar do ritmo mais lento.

Às 17:31 (de Brasília), o índice do dólar—que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas—subia 0,20%, a 101,650.

Operador ouvido pela Reuters lembrou que, como segunda-feira é feriado no Brasil (Dia do Trabalho), mas não é nos Estados Unidos, o dólar teve certo suporte por parte de investidores que preferem se manter posicionados na moeda americana até terça-feira, por segurança.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.

Fonte: Reuters