Dengue e chikungunya saem do controle no Estado, que já tem o registro de 12 mortes e pode piorar!

AUTOR: NÉLIO BRANDÃO

As arboviroses – doenças causadas pelos arbovirus dengue e chikungunya, ambos transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti – estão fora do controle em Mato Grosso do Sul nestes primeiros meses do ano.

Na última semana, conforme o boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde), a dengue já matou 12 pessoas (seis óbitos estão em investigação) no Estado e tem 10.987 casos confirmados da doença.

No caso da chikungunya, nas 13 primeiras semanas de 2023, Mato Grosso do Sul registrou 2.304 casos prováveis da doença, representando um aumento de até 4.700% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Dengue

Entre as últimas quatro mortes provocadas pela dengue no Estado estão a menina de apenas 3 anos de idade, que morreu no Hospital Universitário em Campo Grande, duas mulheres de Três Lagoas com 80 e 82 anos de idade, respectivamente, e que tinham hipertensão arterial sistêmica, e um homem de 36 anos de Laguna Carapã.

Março foi o mês mais letal da doença em Mato Grosso do Sul, totalizando oito mortes, enquanto em fevereiro foram três óbitos e, em janeiro, uma morte. Três Lagoas lidera a lista com cinco óbitos neste ano, seguido por Campo Grande, com dois, e Aquidauana, Guia Lopes da Laguna, Dourados, Laguna Carapã e Amambaí contabilizando uma morte cada.

De acordo com o último boletim epidemiológico, Mato Grosso do Sul registra 23.481 casos prováveis de dengue em 2023, com letalidade em 0,11%. Mato Grosso do Sul está na 10ª posição entre os 26 Estados e o Distrito Federal com relação à incidência de dengue para cada 100 mil habitantes.

Entre os 79 municípios, 58 têm alta incidência, ou seja, acima de 300 casos por 100 mil habitantes. Apenas cinco cidades (Eldorado, Ribas do Rio Pardo, Paranhos, Paraísos da Água e Iguatemi) estão na zona verde, abaixo de 100 casos por 100 mil habitantes.

Chikungunya

Já no caso da chikungunya, segundo informações da SES, dos 2.304 casos prováveis da doença, somente nas últimas quatro semanas foram notificados 1.713.

O número, até o momento, já é 4.700% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Nas treze primeiras semanas de 2022, foram notificados 48 casos da doença em todo o Estado.

Além disso, os casos em 2023 também é 290,5% maior do que o registrado em todo o ano de 2022. Os municípios com maior incidência – e que estão em alerta – são Maracaju, Brasilândia, Cassilândia e Coronel Sapucaia, com 992, 287, 236 e 88 casos, respectivamente.

Desde 2018 o Estado não registra óbitos pela doença. Naquele ano, foram registrados 276 casos. Conforme a SES, os casos aumentaram em decorrência das chuvas intensas registradas nos meses de janeiro, fevereiro e março, período propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Segundo o Ministério da Saúde, as infecções por dengue, chikungunya e zika podem, ainda, resultar em várias síndromes clínicas, desde doença febril branda até febres hemorrágicas e formas neuroinvasivas, que podem ser casos agudos de encefalite, mielite, encefalomielite, síndrome de Guillain-Barré ou outras síndromes neurológicas centrais ou periféricas, diagnosticadas por médico especialista.