contrariando o desejo do mercado por maior previsibilidade em caso de vitória do Lula.
Com o foco na corrida ao Planalto, o dólar negociado no mercado doméstico destoou completamente do comportamento da moeda norte-americana no exterior, onde seu índice frente a uma cesta de pares fortes despencava mais de 1% nesta tarde.
Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), notou o recente descolamento do real em relação ao exterior, mas disse ainda acreditar que “o Brasil é a melhor escolha para muitos investidores em mercados emergentes.”
“Os mercados estão nervosos sobre uma transição ordenada de poder, não importa quem vença. Assim que conseguirmos isso, o real brasileiro vai disparar”, disse ele em publicação no Twitter.
Izac, da Nexgen, previu “muita volatilidade” no mercado de câmbio tanto nos próximos dois dias quando nos primeiros momentos após o resultado do segundo turno, mas também espera que, passado o período de “digestão” das eleições, o real possa voltar a se apreciar de maneira mais expressiva.
Ele diz que essa expectativa se baseia nos fundamentos econômicos do Brasil, que oferece uma taxa de juros atraente para investidores estrangeiros.
Ao mesmo tempo, a maior clareza dos mercados sobre qual será a taxa de juros dos EUA ao fim do seu ciclo de aperto, após meses de incerteza sobre até onde o Federal Reserve levaria os custos dos empréstimos, joga a favor de uma redução da instabilidade nos mercados globais, podendo favorecer o real à frente, disse Izac.
Operadores esperam agora que o juro básico norte-americano chegue a intervalo de 4,75% a 5% no pico do atual ciclo de aperto.
De volta ao Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerrará sua reunião de dois dias mais tarde nesta quarta-feira, e o consenso entre investidores é de que a autarquia manterá a taxa Selic em 13,75% ao ano.
“Mais importante do que a esperada decisão serão os comunicados da autoridade monetária, pois assim teremos mais clareza sobre a visão do BC sobre inflação e possíveis futuras reduções de juros”, comentou Felipe Steiman, gerente de desenvolvimento de negócios da B&T Câmbio.
Fonte: Reuters