Índios invadem fazenda de 8 mil hectares em Juti
A Fazenda Brasília do Sul, que tem 9.972 hectares, localizada em Juti, foi reocupada na madrugada desta sexta-feira(15) por aproximadamente 600 indígenas da etnia Guarani-Kaiowa.
Há 19 anos eles reivindicam a demarcação da propriedade como terra indígena, com base em laudos antropológicos elaborados a pedido da Funai. Nesta propriedade, que os índios chamam de Taquara, em 2003 foi assassinado o cacique Marcos Veron, na época um dos líderes da comunidade.
O grupo que entrou na Fazenda por eles denominada de Taquara, ocupa 300 hectares da propriedade e espera desde 2010 incorporar toda a fazenda como reserva indígena.
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Os estudos antropológicos para reconhecer a área como terra indígena foram iniciados em 1999, e em 2010 o Ministério da Justiça publicou a Portaria Declaratória de reconhecimento. Nestes seis anos o processo de demarcação emperrou, com questionamentos judiciais por partes dos fazendeiros, além de vários conflitos.
A nova ocupação aconteceu dois dias depois do aniversário da morte cacique Marcos Veron, assassinado há 13 anos, em 13 de janeiro de 2003, num processo de retomada semelhante ao que aconteceu nesta sexta-feira. Verona foi um dos líderes da mobilização iniciada em 1997 pela comunidade indígena pela retomada da propriedade como território Guarani-Kaiowa. Os índios acusam fazendeiros da região de terem contrato jagunços para executar Veron.
Funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai), notificados da retomada, partiram na tarde de hoje para averiguar a situação do acampamento. Segundo relatos de indígenas, homens armados que rondam a retomada em caminhonetes fizeram ameaças contra os Guarani- Kaiowá e possíveis ataques podem acontecer a qualquer momento.
Fonte: Campo Grandenews
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