Pesquisa foi feita entre março e agosto de 2021. Segundo os cientistas, não foi possível avaliar o efeito da vacinação contra a Covid-19 e de diferentes variantes.
Por g1
Um estudo holandês publicado na revista científica “The Lancet” nesta quinta-feira (4) aponta que um em cada oito adultos infectados com o vírus Sars-CoV-2 experimenta sintomas de Covid longa. Os pesquisadores compararam a frequência de novos sintomas ou de sintomas severamente aumentados em uma população não infectada com pessoas que foram diagnosticadas com Covid-19.
“Nossa abordagem de estudo analisa os sintomas mais frequentemente associados a Covid longa, incluindo problemas respiratórios, fadiga e perda de paladar e/ou olfato, tanto antes de um diagnóstico de Covid-19 quanto em pessoas que não foram diagnosticadas com Covid-19”, explicou a professora e principal autora do estudo Judith Rosmalen, da Universidade de Groningen.
A pesquisa descobriu que vários sintomas eram novos ou mais graves três a cinco meses depois da pessoa ter tido Covid-19, em comparação com os sintomas antes da infecção e grupo controle (que não positivou para o vírus). Os principais sintomas registrados foram:
- Dor no peito
- Dificuldade respiratória
- Dor ao respirar
- Dor nos músculos
- Perda do tato/cheiro
- Formigamento das mãos/pés
- Nódulo na garganta
- Sensação alternada de frio/calor
- Braços e pernas cansados
- Cansaço geral
Dos participantes que tiveram Covid, 21,4% experimentaram pelo menos um sintoma novo ou gravemente aumentado de três a cinco meses após a infecção em comparação com a infecção anterior, em comparação com 8,7% das pessoas não infectadas no mesmo período.
O estudo tem algumas limitações. Ele foi feito entre março e agosto de 2021 e neste período os participantes foram infectados com a variante alfa ou anteriores. Os pesquisadores também alertam que a maioria dos dados foi coletada antes da implantação da vacina contra a Covid-19 na Holanda.
“Devido ao tempo deste estudo, não conseguimos avaliar o efeito da vacinação contra Covid-19 e diferentes variantes da SARS-CoV-2 sobre sintomas de Covid longa. Esperamos que futuros estudos forneçam respostas sobre os impactos desses fatores”, ressalta Rosmalen.