Levantamento foi feito pelo Sindicato dos Hospitais privados entre 3 e 14 de junho. Taxa de ocupação em leitos pediátricos ultrapassa os 60%.
Por TV Globo g1 SP — São Paulo
Quase metade dos hospitais privados de São Paulo registram taxa de ocupação dos leitos de UTI Covid superior a 80%, segundo levantamento realizado pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios privados do estado.
De acordo com o SindHosp, 95 hospitais participaram do mapeamento. Desse montante, 31% estão localizados na capital paulista e 69%, no interior e somam 8.907 leitos clínicos, 2.790 leitos de UTI adulto e 479 de UTI pediátrica.
O levantamento foi realizado de 3 a 14 de junho.
Alta de Covid em crianças
Dos hospitais que têm leito pediátrico para Covid, a taxa de ocupação também está alta: de 61 a 80%.
Perfil do paciente Covid-19
Em 51% dos hospitais, os leitos clínicos estão ocupados por pacientes entre 51 e 80 anos.
A ocupação por faixa etária dos leitos de UTI é a seguinte: em 41% dos hospitais, esses leitos estão ocupados majoritariamente por pessoas entre 30 e 50 anos; e 45% relatam ocupação predominante entre a faixa etária de 51 a 80 anos.
Rede municipal
Na segunda (13), por conta do crescimento de casos, a Secretaria Municipal da Saúde voltou a destinar um número maior de leitos para pacientes com a doença na rede municipal.
De acordo com a pasta, foram abertos 50 novos leitos voltados para o atendimento de doenças respiratórias na rede pública da cidade.
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Prefeitura abre novos leitos contra Covid -19
Segundo dados da gestão municipal, a taxa de ocupação média de leitos Covid-19 na rede municipal é de 70% para UTI e de 61% para enfermaria.
No entanto, a ocupação de UTI já passa de 84% no Hospital Municipal (HM) Brasilândia, e em 86% no HM Profª Lydia Storópoli.
De 24 de maio até o último domingo (12), a média diária de novas hospitalizações nos hospitais públicos e privados na capital por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) saltou de 94 para 232, o que representa alta de 146% no período.
A taxa de transmissão da doença também está subindo na capital paulista. Em 30 de maio, o valor da taxa era de 1,33 na cidade. Ou seja, cada cem pessoas podiam transmitir o vírus para outras 133. Agora, a taxa está em 1,49.
No estado, a taxa de transmissão também saltou de 1,39 para 1,58. no mesmo período.
“Nas próximas duas semanas, São Paulo deve atingir seu pico [desta onda] em número de casos e, posteriormente, em hospitalização e óbito. Acredito que isso deve acontecer nas próximas duas semanas, e depois ter uma queda dessa nova onda. Por isso é importante sempre reforçar a vacinação”, diz o infectologista Julio Croda.
Neste domingo (12), o estado de SP registrou média diária de 9.644 novos casos de Covid-19. O valor é 91% maior do que o verificado há 14 dias, o que indica alta da pandemia. O patamar de novos casos diários não ficava acima de 9 mil no estado desde março deste ano.
Alerta
O número de novas internações por Covid-19 no estado de São Paulo aumentou 48% nas últimas duas semanas, segundo dados da Secretaria Estadual Saúde.
A média móvel de novas internações, em leitos de enfermaria ou de UTI, chegou a 555 hospitalizações diárias neste domingo (12). Há duas semanas, em 30 de maio, o indicador era de 375 internações por dia.
Apesar do crescimento, a média móvel atual ainda é inferior à verificada no pico da pandemia, em março de 2021, e também no ápice deste ano, verificado no final de janeiro. No entanto, a alta é sinal de alerta para os especialistas de saúde com a chegada de uma nova onda da doença.
As novas internações diárias já representam aumento de mais de 280% em relação a abril deste ano, quando atingiram o menor valor da pandemia, com média de 146 por dia (Veja no gráfico abaixo).
No final do mês passado, o comitê de saúde do governo de SP voltou a recomendar uso de máscara em locais fechados.