PRF afasta agentes envolvidos após morte em ‘câmara de gás’ no Sergipe

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afastou os agentes envolvidos no caso de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morto em uma viatura da corporação nessa quarta-feira, 25, em Umabaúba, no interior do Sergipe. O caso provocou consternação nacional após circularem as imagens do homem preso no porta-malas de uma viatura da PRF tomada por gás lacrimogêneo. A vítima morreu asfixiada e, segundo familiares, sofria de esquizofrenia.

O órgão, que abriu processo disciplinar sobre o caso, não informou qual foi o número de agentes afastados. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse nesta quinta-feira, 26, ter determinado a abertura de investigações pelas Polícia Federal (PF) e pela PRF sobre o assassinato.

No Twitter, Torres escreveu que o objetivo da pasta é “esclarecer o episódio com a brevidade que o caso requer”. A PRF informou em nota à imprensa que “está comprometida com apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência”.

Em nota, a PRF disse estar “comprometida com a apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência, colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação”. A instituição reforçou ainda “seu compromisso com a transparência e isenção,valores que sempre marcaram sua atuação em 93 anos de história”.

Os agentes envolvidos na ocorrência alegam que a vítima resistiu à abordagem e precisou ser contida com armas não letais. Nos vídeos que circulam na internet com o registro do ocorrido, os agentes rodoviários aparecem pressionando a perna de Genivaldo contra o porta-malas, a essa altura tomado por fumaça. É possível ouvir os gritos da vítima, enquanto cidadãos que filmam o caso dizem que a ação levaria a morte do homem.

Um sobrinho de Genivaldo contou que o tio foi abordado quando pilotava uma motocicleta. Ele transitava de moto pela BR-101, na área urbana de Umbaúba, quando foi parado pelos policiais rodoviários federais. De acordo com testemunhas e imagens divulgadas em redes sociais, Genivaldo obedeceu a ordem de parada, colocou as mãos sobre a cabeça e foi revistado.

Quando os policiais o questionaram sobre cartelas de comprimidos encontrados em seu bolso, ele esboçou uma reação. Os policiais usaram spray de pimenta para derrubar e imobilizar o homem. Um dos agentes chegou a colocar o joelho em seu pescoço. Em seguida, ele foi amarrado e colocado no porta-malas do camburão.

Genivaldo foi levado para a delegacia da Polícia Civil, onde foi constatado que a vítima estava desacordada. Ele ainda foi levado ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito. O corpo foi levado para perícia no Instituto Médico-Legal (IML) de Aracaju.