Quase 10 anos depois de perder para o Corinthians na final do Mundial de Clubes de 2012, no Japão, o Chelsea tem mais uma oportunidade para levantar a taça inédita do torneio da Fifa, neste sábado (12), contra o Palmeiras, em Abu Dhabi.
Após a classificação, os atletas do Chelsea discursam no sentido de exaltar a grandeza do Palmeiras e admitiram encarar a disputa com seriedade e apetite, enquanto a maior parte dos fãs londrinos diz não conhecer a equipe treinada pelo português Abel Ferreira, nem estão muito preocupados com a competição.
Para muitos, o quer vale é o Chelsea seguir na Liga dos Campeões, com jogo importante já na semana que vem diante do Lille, pelas oitavas de final. Os ingleses estão dando de ombros para o Mundial de Clubes até mesmo na cobertura da mídia.
O site de um dos principais jornais da Inglaterra e do mundo, o The Guardian, por exemplo, não tinha informação sobre o Chelsea em sua primeira página na manhã desta quinta-feira (10), um dia após o time se garantir na final do torneio da Fifa. O assunto perdia espaço para Jogos de Inverno de Pequim, futebol nacional e NFL, com a decisão do futebol americano neste domingo (13).
Torcedores dos “Blues” com quem o Estadão conversou em Abu Dabi, no entanto, desconhecem o Palmeiras. Todos disseram que o Mundial não é prioridade, embora queiram ganhar a taça, e afirmaram ter poucas informações sobre o time brasileiro. “Sei que é do Brasil e joga de verde”, limitou-se a dizer um dos fãs do Chelsea nos Emirados.
Emirados Árabes ficou verde
O zagueiro da seleção brasileira disse que se recorda de ter ficado “impactado” nas vezes em que enfrentou o Palmeiras no antigo Palestra Itália e se impressionou com a festa dos torcedores em Abu Dabi na primeira partida.
Comparativamente, apesar da distância, os palmeirenses são maioria em relação aos londrinos por enquanto nos Emirados Árabes. Estima-se que estejam entre 5 mil e 7 mil seguidores na cidade. Inclusive um grupo de campo-grandenses, que vai acompanhar a final de perto.
“A presença deles aqui faz o Palmeiras ser muito mais forte”, ressaltou Silva, para quem não há favorito na decisão de sábado, diferentemente do que apontam as casas de apostas. A Betfair, por exemplo, dá o Chelsea com 63% de ganhar a competição, e o Palmeiras com 25% – isso antes do início do torneio.
Preparação
Diferente do Palmeiras – que passou tranquilo pelo Al Ahly – o Chelsea confirmou seu lugar na decisão com uma vitória suada por 1 a 0 sobre o Al Hilal, da Arábia Saudita, que vendeu caro sua eliminação no Mundial.
Thiago Silva, evidentemente, conhece o Palmeiras melhor do que seus companheiros. Vai ajudar o treinador a montar o Chelsea levando em conta as qualidades do time brasileiro. Virou uma espécie de informante.
Para atletas sul-americanos, mesmo em clubes ‘frios’ como os europeus, é maior a motivação para ganhar um Mundial de Clubes. Times argentinos e brasileiros valorizam demais a competição, que está com seus dias contados neste atual formato – a Fifa deverá anunciar novidades em breve sobre a disputa.
“O Palmeiras é grande para caramba. Já tive a felicidade de enfrentá-lo e sei da força da equipe e da sua torcida, maioria aqui nos Emirados”, afirmou o experiente defensor, titular na linha de três do Chelsea e da seleção de Tite. “O Abel [Ferreira] tem uma equipe super qualificada na mão, conhece todos os jogadores e o que eles podem oferecer. Vamos procurar fazer um jogo de alto nível”, disse.
O britânico Mason Mount assistiu à vitória do Palmeiras na final da Libertadores sobre o Flamengo ao lado de Thiago Silva e Jorginho e buscou se informar com os colegas sobre o rival brasileiro. Chamou a atenção do jovem meio-campista a agressividade do time de Abel Ferreira.
“O Palmeiras me pareceu um time muito agressivo, com fome de vitória. Parece uma equipe muito boa. Mostrou muito coração”, opinou. Jorginho revelou que a comissão técnica mostrou vídeos da festa da torcida palmeirense na saída do ônibus no Brasil com a ideia de motivar os jogadores.
“A gente vai jogar concentrado. Todos no Chelsea sabem da importância desse torneio. É um troféu que ainda não temos”, pontuou o ítalo-brasileiro.
*Com informações da Agência Estado.