O câncer de bexiga mais comum é o carcinoma urotelial, que afeta o tecido interior da bexiga e representa mais de 90% dos casos da doença. Geralmente, ele aparece como um tumor superficial e tende a se manter na mucosa e submucosa do órgão
De acordo com a revista Prevention, o diagnóstico do câncer da bexiga acontece muitas vezes quando a doença está já num estado avançado, uma situação que resulta não só do desconhecimento de alguns sintomas, como também da tendência para desvalorizar alguns dos sinais que o corpo vai dando.
Arjun Balar, médico oncologista no NYU Langone Medical Center, nos Estados Unidos, revela que o câncer de bexiga nem sempre é fácil de detectar devido à semelhança dos sintomas que tem com os de infecções urinárias.
A presença de sangue na urina é um dos exemplos. Embora não seja um indicador certeiro e linear da doença, é um dos sinais que não deve, de todo, ser desvalorizado, especialmente quando ocorre em período não-menstrual. A vontade constante de urinar, a existência de dor e ardor no ato da micção ou até mesmo a incontinência são outros sinais que devem implicar uma visita ao médico, que com o recurso a análises à urina e/ou sangue será capaz de detectar a presença de possíveis marcadores tumorais ou do crescimento de bactérias (conseguindo, assim, fazer uma distinção entre um possível câncer ou uma infecção do trato urinário).
De acordo com a médica oncologista Susan Constantino, as dores abdominais intensas podem ser um outro indício da doença, embora apareçam já num estado mais avançado do câncer.
Comum nos vários tipos de câncer, a perda de apetite é um outro fator a ter em conta, especialmente quando ocorre em simultâneo com um dos sintomas descritos acima.
O câncer de bexiga é o sétimo mais comum em homens, enquanto nas mulheres é o 11º tipo de câncer mais frequente. Além do sexo, características como idade e etnia também podem aumentar o risco de desenvolver a doença, pois pessoas brancas e mais velhas são os grupos mais afetados. Outros fatores de risco do câncer de bexiga também devem ser levados em consideração, tais como:
Tabagismo – o cigarro é o fator de risco mais comum e está associado ao aparecimento do câncer de bexiga em mais de 50% dos casos;
Abuso de analgésicos, como a fenacetina;
Uso prolongado de medicamentos com ciclofosfamida, como os utilizados em tratamentos para doenças autoimunes;
Exposição constante e prolongada a diversos compostos químicos que estão presentes em tintas, borrachas e equipamentos elétricos, fator que está relacionado com, pelo menos, 20% dos casos.