Os prêmios pagos pela soja brasileira nos portos disparou depois da passagem do furacão IDA nos Estados Unidos, aponta a Consultoria TF Agroeconômica. De acordo com os analistas, o fenômeno climático causou “sérios e prolongados danos às instalações portuárias do Golfo do México”, principal canal exportador de grãos americanos, fazendo com que a demanda naquele porto caísse a zero e a demanda nos portos brasileiros subisse acentuadamente.
O prêmio da soja em grão em Paranaguá que, no dia 23 de agosto, data do furacão, estava a 73 cents/bushel, passou para 240 cents/bushel, nesta sexta-feira, um aumento de 228,7% no período. O prêmio em Rio Grande, que estava a 18 cents/bushel, passou para 193 cents/bushel, um aumento de 972% e o prêmio em Santos, que também estava a 18 cents/bushel passou para 245 cents/bushel, um aumento de 1.211%.
“O principal efeito foi o desvio do grão para a exportação pelas Tradings que tinham navios nomeados em New Orleans e precisavam cumprir compromissos junto aos seus fornecedores internacionais. Na verdade, com a demanda americana caindo a zero naquele porto, as cotações de Chicago também caíram e a elevação dos prêmios nos portos brasileiros apenas compensaram esta queda, sem melhorar significativamente os preços recebidos pelos vendedores FAS ou sobre rodas nos portos brasileiros”, explicam os especialistas da TF.
Na última sexta-feira, por exemplo, o preço em Rio Grande até recuou R$ 1,00/saca, passando de R$ 176,00 sobre rodas, para R$ 175,00/saca. Em 23 de agosto último era de R$ 176,00/saca. “Mas, houve outro efeito negativo no Brasil: grande parte do volume que está sendo negociado agora para exportação iria para o esmagamento interno, como vinha acontecendo. Com menor disponibilidade, a indústria teve que reduzir a produção de farelo e consequente elevar o seu preço”, concluem. AGROLINK