Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados etc.), envie um e-mail para [email protected]. A coluna responde perguntas deixadas por leitores às terças e quintas-feiras.
Estava no metrô e um rapaz me perguntou se eu poderia compartilhar minha internet com ele. Eu compartilhei. Posso ser hackeada por rotear a internet do meu celular? – Karina
O recurso de “ponto de acesso” ou “roteador portátil” dos smartphones, que cria uma rede Wi-Fi para que outros dispositivos possam usar sua conexão de dados móveis, é considerado seguro.
Ou seja, você não seria hackeada apenas por compartilhar a internet do seu smartphone.
Mas, como sempre, não existe segurança perfeita. E é bom se atentar para alguns detalhes, principalmente porque o risco muitas vezes é maior para os dispositivos conectados do que para o smartphone.
Você jamais deve realizar o compartilhamento por USB. O USB abre diversos canais de comunicação entre o seu telefone e o outro dispositivo conectado. Existindo ou não essa opção de usar USB, sempre use o Wi-Fi.
Configurações do ponto de acesso no Android. ‘Vínculo’ (ou ‘tethering’) USB deve ser evitado. — Foto: Reprodução
Configurações do ponto de acesso no Android. ‘Vínculo’ (ou ‘tethering’) USB deve ser evitado. — Foto: Reprodução
Estando no Wi-Fi, o mais importante são as configurações do ponto de acesso. Você sempre deve utilizar criptografia, com WPA2 ou WPA3 (se disponível e compatível com os demais dispositivos que vão usar a conexão).
Criar um ponto de acesso sem segurança ou com senha fraca gera riscos para os dispositivos conectados a ele. Se a rede estiver sem o WPA2, qualquer dado transmitido por meio dela pode ser interceptado por quem está ao alcance da rede.
Se você também estiver usando o roteador portátil do seu celular (com um notebook, por exemplo) e decidir compartilhar sua internet com mais alguém, os dois aparelhos compartilharão a mesma rede.
Sempre que dispositivos compartilham a mesma rede, existe um risco adicional. Por isso, é importante configurar a conexão do Windows como “pública” nesses casos.
Computadores na mesma rede ficam mais vulneráveis quando outros dispositivos já foram atacados?
Configuração do perfil de rede no Windows. Utilize “público” para redes Wi-Fi públicas, inclusive para o roteador do seu próprio celular. — Foto: Reprodução
Configuração do perfil de rede no Windows. Utilize “público” para redes Wi-Fi públicas, inclusive para o roteador do seu próprio celular. — Foto: Reprodução
E, por fim, vale lembrar que qualquer acesso concedido a outra pessoa sempre é mais perigoso do que não conceder qualquer acesso.
É obrigação do sistema do celular oferecer o recurso de compartilhamento de conexão de forma segura. Isso significa que nenhum dispositivo conectado deve ser capaz de realizar tarefas não autorizadas – ou seja, o compartilhar a conexão não é algo que deve “hackear” o seu smartphone.
Contudo, sempre é possível que existam brechas de segurança, as quais podem violar as barreiras impostas pelo sistema e dar acesso a algum recurso que deveria estar inacessível.
Em termos simples, o “ponto de acesso” gera um canal de comunicação novo entre o dispositivo de quem está conectado e o seu aparelho de telefone. A existência desse canal cria uma oportunidade para ataques, mas isso não significa que um ataque seja de fato possível.
Como sempre, manter o smartphone atualizado vai ajudar a evitar ataques.
Do ponto de vista da segurança, não seria aconselhável compartilhar a internet com pessoas desconhecidas. Na prática, sabemos que há certas situações em que devemos ajudar quem pode estar com dificuldade de acessar a internet para algo importante.
No fim das contas, o mais importante é saber julgar se a pessoa que está pedindo nossa ajuda tem um bom motivo para isso ou se está de fato tentando se aproveitar da nossa boa vontade para fazer algo ruim.
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