SP bate recorde e registra 1.021 novas mortes por Covid-19 em um dia

Dados foram divulgados na manhã desta terça (23) no site da Secretaria Estadual da Saúde. Máxima anterior era de 679 mortes confirmadas em 24h no estado, registrada no dia 16 de março.

Por G1 SP 

O estado de São Paulo registrou 1.021 novas mortes provocadas pela Covid-19 nesta terça-feira (23), o recorde em 24 horas desde o início da pandemia. O número equivale a três mortes a cada quatro minutos.

O estado agora totaliza 68.623 óbitos causados pelo coronavírus. Os dados foram publicados no site da Secretaria da Saúde nesta manhã. Geralmente, as informações são divulgadas no período da tarde pela gestão estadual.

O recorde anterior, registrado na semana passada, era de 679 mortes em um dia, e representava um óbito a cada 2 minutos nas últimas 24h.

Leitos do Hospital de Campanha Pedro Dell’Antonia, que atende pacientes com a COVID-19 no município de Santo André, na Grande SP, em março de 2021. — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Os novos registros não significam, necessariamente, que as mortes aconteceram de um dia para o outro, mas que foram computadas no sistema neste período.

As notificações costumam ser menores em finais de semana, feriados e segundas-feiras, por conta do atraso na contabilização.

Na última sexta-feira (19), o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, admitiu que o governo projetava registrar 800 mortes diárias nos próximos dias.

Nesta terça (23), em entrevista à GloboNews, Gorinchteyn, lamentou o índice, mas defendeu que o valor não representa um retrato direto das últimas 24 horas.

“Apesar de chocarem, porque são vidas que se perderam, eles não retratam essas 24 horas. São dados que eram represados, retesados no final de semana e que foram aportados de forma abrupta agora nos dados de terça-feira”, disse o secretário.

Ele também afirmou que a taxa de isolamento social ainda segue muito baixa e cobrou adesão da população.

“Diminuir a circulação de pessoas é também diminuir com ela a circulação do vírus. (…) Estamos sempre clamando por ajuda, mas ainda vemos as pessoas nas ruas”, disse.

Uma semana após o início da fase emergencial, em vigor desde o dia 15, o índice de isolamento subiu apenas 1%. Em 14 de março, o estado registrou 50%. No dia 21, 51%.

Internados

O número de pacientes internados com Covid-19 subiu 113% no estado de São Paulo em apenas um mês, como mostra o vídeo abaixo.

Nesta segunda (22), 29.039 pessoas ocupavam leitos destinados à doença. No dia 22 de fevereiro, eram 13.606. Os índices desta terça (23) ainda não foram divulgados pela gestão estadual.

Do total pacientes internados atualmente, 16.871 estão em enfermaria e 12.168 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Número de internações por Covid em SP mais do que dobra em março em relação a fevereiro

O número de pessoas em UTI em São Paulo é mais de três vezes maior do que em toda a Argentina, que possui uma população semelhante ao estado com aproximadamente 44 milhões de habitantes.

As taxas de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do estado de São Paulo também já superaram os índices registrados no pico de 2020 da pandemia.

Nesta segunda, a ocupação média chegou a 91,9% no estado de São Paulo, contra 77,2% no momento mais grave da pandemia no ano passado, no final de maio.

O índice foi a 91,6% na Região Metropolitana da capital. Na Grande São Paulo, a taxa se aproxima do recorde registrado em maio de 2020, quando a ocupação chegou a 92,2%.

No dia 10 de março, o governo de São Paulo já havia alertado para a dificuldade de atender a população, uma vez que o ritmo de novas internações é maior do que o de altas.

Mortes à espera de leitos

Ao menos 135 pessoas com Covid-19 ou suspeita da doença não resistiram à espera por um leito de UTI e morreram até esta segunda-feira (22) no estado de São Paulo. O levantamento é do G1, da TV Globo e da GloboNews.

Entre as vítimas, há um menino de três anos, uma jovem de 25, sem doenças prévias, no interior do estado, e um rapaz de 22 anos na capital paulista.

As cidades com maior registro de mortes na fila estão na Grande São Paulo, Taboão da Serra e Franco da Rocha, com 15 cada uma.

Os pacientes estavam cadastrados no sistema de regulação de transferências do estado, mas não resistiram até chegar a vaga, de acordo com a Secretaria da Saúde.