Primeiro trimestre do ano tem diversos fatores, como chuvas fortes e calor intenso, que diminuem oferta, encarecendo os produtos.
RESUMINDO A NOTÍCIA
- Alimentos vendidos em feiras livres devem continuar com preços em alta no início do ano
- 1º trimestre de cada ano traz desafios para produção de alimentos in natura, como frutas e legumes
- Falta de oferta dos produtos deve encarecer alimentos
- Volta a normalidade dos preços deve se dar por volta de março
- O ano de 2020 teve, entre diversos desafios para população, um em particular que dificultou e muito a vida e o orçamento das famílias brasileiras: a alta no preço dos alimentos nos mercados e feiras livres. Este, no entanto, é um problema que deve se manter no início de 2021. É o que afirma André Braz, economista do IBRE (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Segundo Braz, alimentos que chamam atenção neste momento são o arroz, o feijão, a carne e o óleo. O economista explica que o primeiro trimestre de cada ano é muito afetado pelos alimentos in natura, os produtos de feiras livres, como hortaliças, frutas e legumes, que sofrem influências de safra e, principalmente, clima.
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“O clima não ajuda muito na oferta desses alimentos. O sol forte, as chuvas também muito mais fortes no verão, diminuem muito a oferta de alimentos in natura e os preços disparam”, comenta Braz.
Os alimentos citados pelo economista do IBRE/FGV fazem parte do grupo de alguns dos produtos que mais encareceram ao longo de 2020. Segundo o último IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em dezembro, referente ao mês de novembro, as carnes, por exemplo, tiveram alta de 6%.
“O grupo de alimentos e bebidas continua impactando bastante o resultado. Dentro desse grupo, os componentes que mais têm pressionado são as carnes, que em novembro tiveram uma alta de mais de 6%, a batata-inglesa, que subiu quase 30%, e o tomate, com alta de 18,45%”, explica Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.
Além dos alimentos citados por Kislanov, outros produtos importantes que compõem a alimentação familiar e foram destacados por André Braz também tiveram alta, como o arroz (6,28%) e o óleo de soja (9,24%).
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Segundo Braz, o preço do arroz, por exemplo, é um que pode começar a se estabilizar a partir de janeiro e fevereiro, com a entrada de uma safra um pouco melhor. “Isso já pode começar a fazer o preço recuar um pouquinho”, explica.
Quando os preços voltam ao normal?
Braz afirma que o encarecimento de alimentos nas feiras livres não é um fenômeno duradouro, mas sazonal. Ou seja, ele se dá neste início do ano, por conta de condições climáticas que impactam na produção e, consequente, na oferta dos produtos.
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“Ele dura durante a estação mais quente do ano, mas isso só começa a sair do foco da inflação em março. Então logo no início do ano a gente vai ter os alimentos in natura mais caros”, comenta.
Braz também ressalta as carnes bovinas, suínas e de aves. De acordo com ele, algumas carnes já ensaiam uma queda nos preços, como a suína, “que já mostra sinais de queda ao produtor”. “Mas isso vai vir lentamente aos açougues”, pondera.
“Então eu diria que a passagem do ano não vai mudar significativamente a conta de supermercado das famílias. Isso deve acontecer mais lentamente, e mais para o final do primeiro trimestre do ano, lá em março. Aí sim, a gente pode sentir uma diferença nas contas de supermercado, se tudo der certo”, completa Braz. R7