No Hospital Regional, referência para tratamento dos pacientes graves, 10 novos leitos foram abertos e já estão ocupados
Por Marta Ferreira | 07/12/2020 17:49
Com 810 mortes por covid-19 já registradas, e quase 50 mil contágios, Campo Grande está de novo em situação dramática quando o assunto é a estrutura para tratamento dos doentes mais graves. Nesta tarde, a macrorregião tinha mais de 100% de ocupação de leitos de terapia intensiva dedicadas ao tratamento da doença.
Segundo o acompanhamento no painel “Mais Saúde”, Campo Grande tem 512 vagas de UTI, em geral, e dessas, 201, são para tratamento de infectados pelo novo coronavírus. Nesta tarde, estavam todas as UTIs ocupadas e outros 6 pacientes com a doença foram remanejados para unidades convencionais.
Referência, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) está com 110 leitos de UTI ocupados, inclusive os 10 que foram ativados de ontem para hoje. Com isso, pacientes com sintomas da doença estavam esperando a transferência para leitos com estrutura para tratar os mais graves.
Na Santa Casa de Campo Grande, o maior hospital do Estado, retaguarda para todas as especialidades, a ocupação nesta tarde era de 100% das vagas para pacientes graves. Na enfermaria, atingia 90 a utilização das vagas.
Na Clínica Campo Grande, hospital privado que também atende pacientes da doença, 30 vagas para pacientes em estágio grave estavam ocupadas nesta tarde.
No Hospital da Unimed, havia apenas uma das vagas disponíveis.
E agora? – O reflexo é direto na regulação do atendimento. Segundo o coordenador de Urgência e Emergência da Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande), Yama Higa, o quadro foi pior hoje cedo, com a necessidade de transferências de pacientes no HRMS.
Segundo Yama, ainda não se registrou a temida realidade de não haver leito de terapia intensiva, mas a preocupação atingiu o “nível máximo” pela manhã. Segundo ele, uma realidade que tem sido comum é que pacientes com sintomas fiquem aguardando transferência na unidade em que foram recebidos, como por exemplo no pronto-socorro.
Só vai para o HRMS, a unidade referência, quem tem o diagnóstico de covid fechado.
Ainda não aconteceu de alguém ficar sem leito, mas é cada vez maior a preocupação, diante da subida exponencial da doença.
“Estamos colhendo agora o que população plantou duas semanas atrás”, define o secretário estadual de saúde, o médico Geraldo Rezende.
Para ele, faltou, além da colaboração das pessoas, atitudes mais rígidas das prefeituras, que não cumpriram, como alerta, as orientações do Prosseguir, programa criado pelo governo do Estado para apontar os estágios da pandemia de covid-19 e as medidas a serem adotadas, como a restrição de circulação de pessoas. Cgnews