Vendas pela internet crescem 41% às vésperas da Black Friday, diz Nielsen.
Na avaliação da consultoria, o movimento de compras de 19 a 25 de novembro está relacionado à popularização das compras pela internet durante o período de isolamento social. Até as 15h59 de quinta-feira (26), o crescimento em relação a mesma data no ano passado foi de 34%.
“Os primeiros números desse período pré-Black Friday estão muito fortes e reforçam esse cenário de que a pandemia atraiu novos consumidores ao ambiente online, porque muita gente ainda não está totalmente confortável de sair de casa”, afirma Júlia Ávila, líder da Ebit|Nielsen.
No período analisado, 4,5 milhões de compras digitais foram concluídas (alta de 23%) e o valor médio das operações ficou em R$ 453 – crescimento de 15% em relação a 2019.
O comércio digital já vem em uma sequência de bons resultados ao longo do ano. Em outubro, as vendas cresceram 19,1% em comparação ao mesmo período do ano passado.
No trimestre encerrado em setembro, período de grande distanciamento social em que consumidores trocaram compras presenciais por operações em sites e WhatsApp, a alta foi de 43,5% em relação a 2019.
O segmento com mais crescimento entre 19 e 25 de novembro – período considerado pelo varejo como “Esquenta Black Friday” – foi pet shop, com alta de 239%. Também houve crescimento expressivo por casa e decoração (147%), bicicletas (93%), alimentos (67%), perfumaria (57%), itens de construção e ferramentas (47%).
As regiões que tiveram maior crescimento em vendas pela internet foram Nordeste (alta de 59%), Sul (48%), Centro-Oeste (41%), Sudeste (37%) e Norte (33%). Embora não seja líder em crescimento neste ano, a região Sudeste se mantém como líder em faturamento, representando 61% do total.
Em número de pedidos (compras concluídas), o Nordeste lidera o crescimento com incremento de 36%, à frente de Sul, Sudeste (22%), Norte (21%) e Centro-Oeste (13%).
A consultoria estima que o faturamento da Black Friday cresça 27% em relação a 2019 e que as vendas online no Brasil cresçam 39% em 2020 na comparação com o ano passado.
Esse mesmo crescimento de 27% no comércio eletrônico também é esperado pelos lojistas de shoppings
“O consumidor brasileiro se pauta por comprar próximo à data. O início das promoções em grandes varejistas trouxe público para a loja, mas o foco esse ano é o online”, afirma Luís Augusto Ildefonso, diretor de relações institucionais da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).
A expectativa para as vendas físicas, por outro lado, é de queda.
“As vendas em lojas de shoppings devem cair 4% em relação a 2019. Aquele lojista que não se adaptou ao digital na pandemia, seguramente, sucumbiu”, diz Ildefonso.
Os lojistas avaliam que as vendas no ecommerce serão impulsionadas principalmente pelo aumento da bancarização da população ao longo do ano, injeção de recursos do auxílio emergencial e também pelo 13º salário, que já começa a ser pago pelas empresas.