Em 1808, a corte portuguesa deixa Portugal e parte em rumo ao território de sua colônia, o Brasil.
Após a transferência da corte, Portugal foi invadido pelo exército de Napoleão Bonaparte, desorganizando a produção de vinho e azeite português, provocando assim, uma grave crise.
Algum tempo depois, Dom João autoriza a abertura dos portos brasileiros aos mercados ingleses, levando os comerciantes portugueses a perderem seu rico mercado colonial.
Diante desta crise, vários civis e militares de várias cidades fizeram manifestações contra o governo estrangeiro e absolutista e exigiram a volta imediata de dom João a Portugal.
As primeiras notícias da Revolução do Porto chegaram ao Brasil ainda em 1820. O movimento inspirou diversas rebeliões locais da população insatisfeita.
Um momento de indefinições
A princípio, a elite brasileira, composta pelos latifundiários, altos funcionários e alguns comerciantes do Rio de Janeiro apoiaram a Corte portuguesa, pois estes foram chamados para participar do novo governo. Em 1821, o governo português impôs um aumento nas taxas alfandegárias sobre as mercadorias importadas da Inglaterra, com o desejo de recuperar o monopólio comercial de Portugal sobre o Brasil. No mesmo ano, as Cortes enviaram tropas ao Rio de Janeiro e Pernambuco, para reforçar a vigilância na Colônia.
Os partidos políticos em formação
A elite agro-exportadora fundou um partido político, o Partido Brasileiro, ao lado de periódicos como o Despertador Brasiliense e o Regulador Brasílico-Luso. Os comerciantes portugueses, concentrados no Nordeste e beneficiados pelo monopólio da Coroa, foram contrários a independência do Brasil. Com o apoio de alguns militares do Reino, eles fundaram o Partido Português. Já a classe média que havia se formado no Rio de Janeiro, composta por funcionários públicos, profissionais liberais, militares e padres, assumiu uma posição mais radical em favor da independência.
Dom Pedro decide ficar – Dia do Fico
Embora com idéias diferentes, o Partido Brasileiro e os liberais radicais se uniram na luta pela independência. Por sua vez, as Cortes de Lisboa, em sua tentativa de recolonizar o Brasil, passaram a exigir mais insistentemente o retorno de dom Pedro a Portugal. Preocupados com essa exigência, os dois grupos políticos, organizaram um grande abaixo assinado, pedindo ao príncipe regente que ele não abandonasse o Brasil. No dia 9 de janeiro de 1822, após receber o documento com as assinaturas pedindo a sua permanência no Brasil, dom Pedro tomou a decisão de ficar. “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico”, declarou o príncipe regente ao grupo de pessoas que lhe foi entregar o abaixo-assinado. Esse fato ficou conhecido como o dia do fico. A decisão de dom Pedro de desobedecer as Cortes Portuguesas foi o início do rompimento das relações do governo brasileiro com o governo português. A partir daí os acontecimentos se precipitaram e o Brasil caminhou rapidamente para sua independência.
Processos para a Independência do Brasil
As cortes portuguesas consideravam ilegal o governo de dom Pedro e ameaçaram enviar tropas ao Brasil, caso seu retorno à Europa fosse mais uma vez adiado. Quando a decisão de Portugal chegou no Brasil, José Bonifácio, enviou-lhe as mensagens vindas de Portugal. Dom Pedro as recebeu no dia 7 de setembro de 1822, às margens do riacho do Ipiranga. Junto a correspondência estava uma carta de seu ministro, aconselhando-o a tomar uma atitude imediata. Ali mesmo, às margens do riacho e na presença de uma pequena comitiva, dom Pedro levantou a sua espada e gritou “Independência ou Morte”, assim estava declarada a Independência do Brasil, após trezentos anos de colonização.
Pós Independência
Após a proclamação da independência do Brasil, os dois primeiros países a reconhecer a independência brasileira foram países norte-americanos, os Estados Unidos e o México.
Portugal, ainda tentou sem sucesso que o novo império brasileiro retomasse a condição de colônia, mas como não era possível exigiu um valor de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência do Brasil, sem recursos Dom Pedro recorreu a um empréstimo a Inglaterra, outro país que reconheceu logo a independência brasileira.
Apesar do processo de independência do Brasil, a nova condição brasileira não beneficiou a classe mais pobre, pois estes nem sequer entenderam o processo de independência, este fato não modificou em nada as camadas sociais, a estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão continuou e a distribuição de renda continuou desigual.
Apesar de ser bonita a história do rompimento com Portugal, a independência do Brasil teve vários aspectos negativos. Na sua maioria, foi uma independência das elites, que ganharam mais liberdade econômica e política. https://2648755ca1a306af39acbb7e540e9aa5.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Fonte: Brasil Escola