O dólar fechou em queda nesta terça-feira (14), após um dia de forte volatilidade, em que chegou a passar de R$ 5,45. O pregão foi volátil também no exterior, o que denuncia uma crescente cautela do mercado com um “combo” formado por aumento de casos de Covid-19 e suas consequências, sinais mistos sobre a atividade econômica pelo mundo e renovadas tensões geopolíticas entre EUA e China.
O dólar fechou em queda de 0,78%, a R$ 5,3470. Na máxima ao longo do dia, chegou a R$ 5,4533. No mês, a moeda acumulou de queda de 1,7%, e no ano, alta de 33,35%. Dados do Banco Central mostram que a economia brasileira reagiu em maio. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou crescimento de 1,31%. Foi a maior alta do indicador desde junho de 2018 – quando a economia voltou a crescer após a greve dos caminhoneiros. Naquele mês, a expansão foi de 3,30%.
Lá fora, o mercado teve um dia instável à medida que se mantinha o temor de mais retrocesso em processos de reabertura das economias. “No caso dos EUA, painel semanal de dados de alta frequência mostra, como seria de esperar, que o ‘aumento de novos casos de Covid-19 está diminuindo o ritmo da recuperação da economia norte-americana da pandemia'”, disse o conselheiro econômico principal da Allianz, Mohamed A. El-Erian, no Twitter.
Análises de Bank of America e Morgan Stanley chamam atenção para o acúmulo de posições compradas em ações do setor de tecnologia nos EUA, o que apontava riscos de um mercado “esticado”. O receio é que uma ampla realização possa gerar fuga de mercados mais arriscados e voltar a turbinar os preços de ativos como o dólar. Sobre o dólar/real, o Bank of America relatou que gestores de fundos pioraram as expectativas para a moeda brasileira em relação a um mês atrás. Segundo o BofA, 43% dos participantes de sondagem mensal esperam o dólar acima de R$ 5,30 ao fim do ano, contra 19% no mês passado, com boa parte projetando que a moeda ficará entre R$ 5,31 e R$ 5,60 ao término de 2020.
Fonte: Fiems