Coordenador do programa de enfrentamento à Covid-19 em Ciudad del Este defende que com a “cédula sanitária” diminuiria as entradas ilegais no país e o controle seria mais efetivo.
Autoridades governamentais e sanitárias de Ciudad del Este analisam plano conjunto com Foz do Iguaçu para criar uma “cédula sanitária” a fim de permitir a circulação controlada e restrita de pessoas pela Ponte da Amizade. A informação foi publicada pelo Jornal Última Hora, do Paraguai.
Segundo o jornal, a reabertura gradual da fronteira está sendo cogitada ao levar em consideração que a maioria dos empresários que mantém lojas em Ciudad del Este residem em Foz do Iguaçu. Impossibilitados de cruzar a ponte, muitas dessas lojas estão fechadas, mesmo com o anúncio de retomada econômica que permite a reabertura.
O coordenador médico e de organização da atenção pré-hospitalar de casos de Covid-19 em Alto Paraná, Dr. Carlos Torrás, é um dos defensores da reabertura gradual. “Aqui temos dois problemas: abrimos tudo e morremos de Covid ou mantemos tudo fechado e morremos de fome” ponderou.
Dessa forma, o médico é defensor de buscar um meio termo e tratar, de acordo com o que vá ocorrendo nas fases subsequentes da quarentena. “Que se abram as fronteiras, ou a ponte e os comércios de forma gradual e com controles sanitários estritos” sustenta.
Para que seja possível o controlar a doença na fronteira, o médico também acredita que seja necessário testes diários para emitir autorização sanitária temporal. “É possível fazer o teste e apresentar um registro ou cédula sanitária que se possa utilizar, que dure quatro ou cinco dias para o publico em geral” ressaltou.
A proposta foi realizada em conjunto com autoridades sanitárias de Foz do Iguaçu, após uma videoconferência onde participaram os Prefeito Chico Brasileiro e Miguel Prieto. Na reunião, foi discutida a criação de um protocolo de segurança sanitária conjunto entre as cidades de fronteira.
Mercosul
Para defender o trânsito controlado na fronteira, o médico cita o tratado do Mercosul, que garante esse direito em até 12 quilômetros de cidadãos fronteiriços. “Se pensarmos assim vamos falar do tratado do Mercosul que garante o trânsito livre até 12 quilômetro de cada lado na fronteira, sobre essa base é possível ver a forma de habilitara ponte para que os cidadãos que residam em Ciudad del Este e Foz do Iguaçu tenham um trânsito mais regular, mas não totalmente livre” expôs.
Torrás insiste que esta eventual flexibilização precisa ser uma estratégia multisetorial e bilateral entre ambas as cidades. “Ressaltando que o Brasil não está tendo restrições como as nossas (Paraguai)” salienta.
Outro argumento para liberar o passo fronteiriço controlado de cidadãos da fronteira é o de que fechado o controle é muito mais difícil, já que muitos passam pelo Rio de forma ilegal, sem nenhum tipo de segurança sanitária. “Se liberamos a passagem e tanto Foz do Iguaçu quando o Paraguai definam que todos que passem a fronteira façam o teste, ai sim teremos controle, por mais que os resultados não saiam imediatamente, mas vamos ter uma resposta em 24 horas” sinalizou.
Fonte:radioculturafoz.com.br Última Hora (Para ler a reportagem original em espanhol clique aqui)