O dólar fechou em leve alta nesta sexta-feira (22), em um dia de forte volatilidade nos mercados diante das tensões no cenário doméstico e internacional. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 5,842, com leve alta de 0,06%. Veja mais cotações. No ano, a moeda tem alta de 39,26%. No mês, o avanço é de 2,66%.
O Banco Central realizou nesta sexta-feira leilão de swap tradicional de até 12 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021. Na quinta-feira, a moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 1,87%, vendida a R$ 5,5811 – a menor cotação de fechamento desde 4 de maio. No mês, a moeda passou a acumular alta de 2,60%, e no ano, de 39,19%.
Cenário externo
No exterior, o dia foi negativo à medida que crescentes tensões entre Washington e Pequim aumentaram os temores de uma recuperação mais lenta diante da recessão causada pelo coronavírus. A China decidiu impor uma lei de segurança nacional sobre Hong Kong que pode fazer com que as agências de inteligência do continente estabeleçam bases no centro financeiro global, aumentando o medo de mais protestos pró-democracia.
A medida também pode aumentar as tensões EUA-China, já que o presidente norte-americano, Donald Trump, alertou na quinta-feira que Washington reagiria “muito fortemente” se Pequim seguisse em frente com a lei. “Hoje, os receios de um acirramento das tensões geopolíticas impõem cautela nos mercados globais”, escreveu Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora. “O receio é que tal decisão (da China sobre Hong Kong) volte a estimular protestos na região e coloque em xeque o acordo ‘Fase 1’ entre” as duas maiores economias do mundo.
Agravando o sentimento, a China desistiu de sua meta de crescimento anual pela primeira vez nesta sexta-feira, “o que reforça as preocupações sobre o impacto do coronavírus”, disse Ricardo Filho.
Cenário Interno
No ambiente local, o mercado passou o dia aguardando se seria liberado ou não o vídeo da reunião ministerial que está sob investigação de possível interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF).
Ao final do dia, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu divulgar a gravação da reunião na qual, segundo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro cobra-lhe troca na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro sob a ameaça de demiti-lo.
Bolsonaro afirmou na quinta-feira, em transmissão por rede social, que não era o caso de tornar público o conteúdo completo do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, o que avalia que seria um “constrangimento”.
Fonte: Fiems