Mercado termina a sessão com perdas, mas não apaga alta semanal construída no pregão passado.
Ricardo Bomfim 3 jan 2020 18h40 – Atualizado 2 horas atrás
SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em baixa nesta sexta-feira (3) em meio às tensões entre EUA e Irã, mas terminou a semana com ganhos de 1,01%, impulsionado principalmente pelo desempenho na sessão de ontem, quando o índice subiu 2,5% diante das boas notícias vindas da China e queda no Risco-Brasil. Já o dólar teve sua maior alta em duas semanas no pregão de hoje e acabou registrando leves ganhos de 0,14% no acumulado dos últimos cinco dias.
No radar desta sexta, a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) chegou a afastar o mercado brasileiro da baixa e o Ibovespa teve leves ganhos no intraday, chegando a bater máxima histórica ao subir 0,14%, para 118.791 pontos. No entanto, o temor dos investidores de ficarem posicionados no fim de semana, quando o conflito EUA-Irã pode ter desdobramentos, fortaleceu a força vendedora no leilão de fechamento, fazendo com que o índice deixasse de operar próximo à estabilidade para fechar em queda.
O Ibovespa teve baixa de 0,73%, a 117.706 pontos com volume financeiro negociado de R$ 28,927 bilhões. O desempenho foi parecido com o dos índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq, dos EUA, que recuaram entre 0,7% e 0,8%.
Enquanto isso, o dólar comercial teve alta de 0,74% a R$ 4,0548 na compra e a R$ 4,0555 na venda. O dólar futuro com vencimento em fevereiro registra ganhos de 0,87%, a R$ 4,065.
Entre os juros futuros, o DI para janeiro de 2022 ficou estável a 5,25%, o DI para janeiro de 2023 avançou um pontos-base a 5,78% e o DI para janeiro de 2025 registra alta de quatro pontos-base a 6,42%.
A grande notícia do dia foi o ataque americano com drones que matou o general da Guarda Revolucionária Iraniana, Qassem Soleimani, considerado o militar mais importante do Irã. A ação, que ocorreu no Iraque, foi autorizada pelo presidente Donald Trump, e eleva as tensões geopolíticas na já conturbada região do Oriente Médio.
Primeira commodity a sentir qualquer impacto nesse sentido, o petróleo disparou hoje. O barril do Brent – petróleo usado como referência pela Petrobras – subiu 3,5% a US$ 68,60 e o barril do WTI avançou 2,94% a US$ 62,98.
Como esperado, o Irã afirmou que vai retaliar o ataque americano. O líder supremo do regime teocrático, o grão-aiatolá Ali Khamenei, escreveu no Twitter que “uma vingança severa” aguarda os que “sujaram suas mãos com o sangue do general e de outros mártires”.
Philip Smyth, especialista em xiismo iraniano e militarismo em Washington, disse à CNBC News que a ação militar desfechada pelos EUA foi “o maior golpe de decapitação já feito pelos Estados Unidos” na região.