Então é Natal: não pode entrar fio, mas detentos enfeitam presídio com pisca-pisca

Diretor afirma que se trata de uma ação do serviço social do PED

Luzes de pisca-pisca foram colocadas como enfeite no presídio (Foto: Reprodução)

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Fato inusitado, já que não entra nem fio, foi filmado pelas câmeras de segurança do PED (Presídio Estadual de Dourados) e enviado pelo WhatsApp ao Midiamax. São pisca-piscas que enfeitam dois andares da unidade prisional de segurança máxima do município, que fica a 225 quilômetros de Campo Grande.

Na filmagem é possível ver os pisca-piscas ligados, colocados em grades e também pilares em dois andares de um setor do presídio. Com o vídeo, a mensagem enviada ao jornal informava sobre a forma como produtos e objetos entram no presídio, pelas muralhas, arremessados do lado de fora e recebidos pelos presos que trabalham no PED e ficam muitas vezes sem serem observados.

Pela denúncia, a informação seria de que como há 12 agentes trabalhando por plantão no presídio e aproximadamente 2.600 presos, não haveria pessoas suficientes para vigiarem os detentos. Além disso, nas muralhas apenas um ou dois policiais militares atuariam em uma torre.

O questionamento por conta dos pisca-piscas seria por conta dos fios, já que há registro de casos de suicídio ou mortes por enforcamento no PED, mesmo com uso de cordas artesanais. A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) pontuou que a decoração natalina faz parte de uma ação social.

A direção do presídio afirmou que as luzes foram colocadas no raio dos trabalhadores, sendo uma ação do serviço social do próprio presídio, que integra trabalho de humanização da pena. As luzes seriam do setor social e foram autorizadas pela direção do presídio. Ao todo, 771 detentos trabalham na unidade.

A informação é de que naquela ala dos trabalhadores, outros detentos não teriam acesso. No entanto, conforme o vídeo e também pela denúncia, os enfeites teriam sido colocados no Pavilhão 2 do presídio, ala onde é sabido que ficam detentos de alta periculosidade do PCC (Primeiro Comando da Capital).