Advogados que representam usuários da QuadrigaCX, uma bolsa de criptomoedas do Canadá que acabou falindo, estão pedindo às autoridades do país a exumação do corpo do fundador da plataforma, Gerald Cotten.
Os advogados dizem que pediram o procedimento devido às “circunstâncias questionáveis” em torno da morte do empresário.
Cotten morreu subitamente no ano passado, na Índia, por causa de complicações relacionadas à Doença de Crohn, um problema inflamatório intestinal que pode afetar todo o aparelho digestivo.
Após a morte do fundador, a chamada exchange não conseguiu localizar ou garantir reservas significativas de criptomoedas para as pessoas que participavam da bolsa.
Quando morreu, Cotten tinha 30 anos e era a única pessoa que possuía senhas em carteiras digitais que continham US$ 180 milhões em criptomoedas (cerca de R$ 740 milhões, na cotação atual).
Sua morte prematura forçou o fechamento da QuadrigaCX, que tinha cerca de 115 mil usuários na época.
Os rumores sobre a morte circularam desde então. Houve quem dissesse que Cotten falsificou sua própria morte e tentou fugir com o dinheiro dos fundos, embora nenhuma evidência de tal esquema tenha sido revelada posteriormente.
Na sexta-feira (13), a equipe jurídica que representa os usuários da plataforma no processo de falência enviou uma carta à polícia do Canadá solicitando a exumação e uma autópsia post mortem no corpo de Cotten, “para confirmar sua identidade e a causa da morte”.
Os advogados dizem que as informações reveladas durante o processo “destacam ainda mais a necessidade de se ter certeza se Cotten está de fato morto”.
No início deste ano, uma auditoria da empresa Ernst & Young encontrou problemas significativos no gerenciamento da bolsa QuadrigaCX, incluindo a constatação de que a Cotten criou contas na plataforma com pseudônimos, que podem ter sido usados para negociar valores.
Também foi constatado que fundos substanciais foram transferidos para a conta de Cotten e para pessoas ligadas a ele.
A auditoria conseguiu recuperar aproximadamente US$ 33 milhões (R$ 135 milhões) em fundos que haviam desaparecido.
Em agosto, o FBI confirmou que também está investigando as circunstâncias da falência da bolsa de criptomoeda.
Em um comunicado enviado por seu advogado na sexta-feira, a viúva de Cotten, Jennifer Robertson, disse que “está com o coração partido ao saber do pedido” de exumação do corpo do marido.
Robertson afirmou ainda que a morte de Cotten “não deveria estar em dúvida”, acrescentando que não está claro como sua confirmação “ajudaria o processo de recuperação de ativos” da Quadriga.
G1