Sri Lanka diz que atentados foram retaliação a Christchurch
Investigações preliminares revelam conexão estrangeira nos ataques que mataram mais de 300 e represália ao massacre em mesquitas na Nova Zelândia
As autoridades do Sri Lanka afirmaram nesta terça-feira, 23, que os atentados suicidas que deixaram pelo menos 310 mortos em igrejas cristãs e hotéis de luxo no fim de semana foram uma espécie de retaliação, por parte de radicais muçulmanos, ao massacre em mesquitas ocorrido em março na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia.
O vice-ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene disse ao Parlamento cingalês que “As investigações preliminares revelaram que o que ocorreu no Sri Lanka foi uma retaliação ao ataque contra muçulmanos em Christchurch”.
“Este grupo National Thowfeek Jamaath (NTJ), que realizou os ataques, tinha ligações estreitas com a JMI, conforme foi agora revelado”, comentou Wijewardene, numa aparente referência à organização Jamaat-ul-Mujahideen India.
A polícia local prendeu ao menos 40 suspeitos. As autoridades elevaram para ao menos 310 o número de mortos, enquanto mais de 500 pessoas seguem hospitalizadas. O presidente cingalês declarou esta terça-feira, 23, como dia de luto nacional. Durante os funerais de cidadãos cingaleses mortos nos ataque de domingo, 21, foram observados três minutos de silêncio. Também foram erguidas bandeiras pretas e brancas na maioria das cidades do país.
O Sri Lanka está sob estado de emergência, que confere poderes especiais às forças de segurança, incluindo o direito de buscar a prender indivíduos. O presidente Maithripala Sirisena, concedeu aos militares um amplo raio de ação para deter e prender suspeitos – poderes que foram usados durante os 26 anos de guerra civil, mas retirados quando esta terminou em 2009.