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CHICAGO/COLUMBUS, EUA (Reuters) – Pelo menos 1 milhão de acres (405.000 hectares) de terra cultivada dos Estados Unidos foram inundados depois que a tempestade “ciclone-bomba” deixou nove estados de grandes produtores de grãos sob água este mês, mostraram dados de satélite analisados pelo Gro Intelligence para a Reuters.
Fazendas das duas Dakotas ao Missouri e em outros lugares estão sob água há uma semana ou mais, possivelmente impedindo o plantio e danificando o solo. As enchentes, que acontecem apenas semanas antes da temporada de plantio começar no Meio Oeste, deve reduzir a produção de milho, trigo e soja este ano.
A tempestade é o produto de uma queda rápida na pressão atmosférica, o que alguns meteorologistas chamam de “ciclone bomba”, que provoca uma precipitação de neve rápida e ventos fortes.
“Há milhares de acres onde não será possível plantar”, disse Ryan Sounderup, 36, de Fullerton, Nebraska, que trabalha com agricultura há 18 anos, em uma entrevista recente.
“Se tivéermos sol agora até maio ou junho, talvez possa ser feito, mas eu não sei como o solo vai se recuperar com a chuva esperada”.
Enchentes de primavera podem prejudicar uma área ainda maior de terra cultivada. A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera do governo norte-americano alertou que esta pode ser uma “temporada de enchentes sem precedentes”, pois prevê fortes chuvas de primavera. Os rios podem aumentar ainda mais porque muita neve de áreas ao norte está derretendo.
O ciclone bomba de meados de março foi o mais recente golpe nos fazendeiros americanos que sofrem de anos de queda nas receitas e exportações por causa da guerra comercial entre EUA e China.
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Entrevista com Tarso Veloso – Diretor da ARC Mercosul sobre o Enchentes nos Estados UnidosDownload
Tarso Veloso – Diretor da ARC Mercosul:
Perspectiva inicial não é boa, mas ainda é cedo para entender futuro da safra americana, diz ARC Mercosul
Tarso Veloso, diretor da ARC Mercosul, conversou com o Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (29) a respeito das projeções para o mercado de grãos, frente à divulgação de um novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e também das enchentes nos Estados Unidos.
O que se sabe é que, com a demanda chinesa enfraquecida, os estoques norte-americanos são elevados. Todos os problemas climáticos acabaram chamando a atenção e levantando dúvidas de qual será o comportamento do produtor em relação à área da nova safra.
Segundo Veloso, o maior impacto das inundações se deu no estado de Nebraska, em regiões próximas a rios, nascentes e depressões. Além dos atrasos, algumas áreas não poderão ser semeadas. Entretanto, essas ações não prejudicam o andamento da safra – embora haja, sim, perda de grãos e uma possível redução da área plantada, mas de maneira pontual.
Primeiro, os norte-americanos plantam o milho e, posteriormente, a soja. A janela do milho se encerra em um período no qual ainda é possível plantar soja. De acordo com as projeções da ARC, duas a três semanas de clima bom, 50% da área estimada para o plantio será garantida.
O diretor diz acreditar que o USDA deve trazer redução da área semeada de milho. Agora, o excesso de chuvas e o excesso de neve acumulada podem, ambos, atrasar o ritmo de plantio no cinturão.
Veloso reconhece que é cedo para falar que o mercado deve ter uma alta, mas visualiza um cenário positivo para quem vende milho, já que os preços do cereal deverão ficar mais elevados.
Para ele, se o USDA fizer um corte grande na área de milho para o relatório de hoje, é possível que outros cortes ainda virão. Também pode haver uma perda de estoques de grãos com as enchentes.
Enquanto isso, a China, em reunião com os Estados Unidos, comprou mais 2 milhões de toneladas do país norte-americano, mas ainda não há acordo relativo à guerra comercial entre ambos.Por: Carla Mendes e Izadora PimentaFonte: Notícias Agrícolas