A polícias chilena usou bombas de gás e jatos d’água para dispersar uma manifestação contra a visita do presidente Jair Bolsonaro ao Chile, no início da noite desta sexta-feira, 22, no centro de Santiago.
A manifestação com cerca de mil pessoas, na maioria militantes dos movimentos feminista, LGBT, sindicatos e partidos de esquerda seguia pacífica até que os policiais, sem aviso, começaram a atirar bombas e disparar jatos d’água.
Alguns manifestantes reagiram jogando pedras. Aparentemente ninguém ficou ferido. “Essa brutalidade da polícia é mais um sinal da onda opressiva de extrema direita que está levando toda a América do Sul”, disse a estudante Romina Pérez, que usava o lenço verde característico das manifestações feministas pelo direito ao aborto na Argentina, ano passado.
Os manifestantes carregavam cartazes e montagens com fotos de Bolsonaro geralmente associado a símbolos nazistas. Um grupo de manifestantes levou uma bandeira do Brasil com uma suástica no lugar do círculo central.
Os presidentes dos EUA, Donald Trump, e Argentina, Mauricio Macri, também foram alvos do protestos assim como o mandatário chileno, Sebástian Piñera. “São todos presidentes empresários. Não estão preocupados com o povo. São presidentes antipatriotas”, disse Maria Eugênia Puelma, dirigente do Partido Comunista chileno.
O protesto anti-Bolsonaro se misturou a uma manifestação pela reforma do sistema previdenciário do Chile, baseado em fundos de capitalização, que serviu de base para a proposta de reforma da Previdência elaborada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Aqui no Chile demoramos 30 anos para perceber os efeitos nocivos deste sistema que é praticamente o mesmo que estão querendo implantar no Brasil”, disse Mario Villanueva, um dos coordenadores da manifestação.