Atiradores de Suzano tinham planejado estuprar alunas durante massacre
O massacre de Suzano, que deixou 10 mortos e 11 feridos, tinha ainda mais requintes de crueldade, já que os atiradores e o terceiro envolvido, um adolescente de 17 anos tinham como plano, além das mortes estuprar várias alunas da Escola Estadual Raul Brasil.
O relatório da polícia, que tem ao menos 10 provas que comprovam que o adolescente de 17 anos estaria envolvido no planejamento do massacre a escola. É feito o pedido de apreensão do garoto.
No relatório da Polícia Civil consta conversas entre os três, em que revelam o planejamento do crime. “Eu e o Taucci iríamos um pra cada lado com facas. Eu ia executar os namorados primeiro (os que ficam mais escondidos), e ele, o povão lá do meio do pátio”, detalhou o menor em uma mensagem.
Para o estupro, eles iam deixar as meninas nuas no meio do pátio e depois executá-las, “A gente ia deixar o corpo de uma forma humilhante, e fazer coisas a mais, para o crime ficar inesquecível”, estava escrito na mensagem.
Quando um dos garotos respondeu na mensagem, que o massacre ganharia repercussão se ocorressem estupros, um deles respondeu “era a intenção”. “Nos baseamos em alguns jogos para pensar nisso, tipo matar uma galera na frente de uma mina [sic], e esfaquear quem ela gosta e deixar uma amiga de refém”, disse na conversa.
O adolescente também enviou mensagem a Guilherme Taucci Medeiros, 17 anos, um dos atiradores, após o ataque no Raul Brasil. “Teve um tiroteio dentro da escola viado. Mano, dois adolescentes. E eles se mataram. Taucci, um dos atiradores tinha um machado igual ao seu”, disse.
Segundo a polícia, o garoto teria ajudado os atiradores Guilherme Taucci e Luiz Henrique de Castro, 25, a planejar o ataque. Contudo, os investigadores não acreditam que ele esteve na escola onde o crime aconteceu.
No dia do ataque, o atirador Guilherme Taucci teria reconhecido a irmã do adolescente apreendido nesta terça-feira (19) nos corredores do Raul Brasil e a poupou de uma agressão. A Polícia Civil descobriu também que o celular usado pelo adolescente suspeito é fruto de um roubo a residência ocorrido em novembro de 2015. O documento com as provas é assinado pelos delegados Alexandre Dias e Jaime Pimentel.
Nesta terça-feira (19), o menor foi ouvido em audiência de apresentação no Fórum de Suzano. A juíza Erica Marcelino Cruz manteve a decisão de deixar o adolescente internado por 45 dias em uma unidade da Fundação Casa.